Travessias
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Travessias é uma publicação do Grupo de Pesquisas em Educação, Cultura, Linguagem e Arte e do Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Sociedade da Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná. O projeto tem como objetivo divulgar pesquisas e estudos de professores e alunos pesquisadores ligados à educação, cultura, linguagem e arte, aos pesquisadores que pesquisam sobre essas temáticas sob as formas de artigos, ensaios, imagens e sons, documentos e fontes, resenhas, traduções e criação literária.
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- ItemApresentação da 35ª edição da revista Travessias(2018) SILVA, Acir Dias daEsta edição especial da Revista Travessias é parte de um trabalho conjunto entre diversos autores. O número especial tematiza a cultura, a linguagem, a educação e a literatura como fenômeno relacionale suas múltiplas fronteiras cientificas e não cientificas, locais euniversais, e, paradoxalmente,indica que esses fenômenos fazem parte de uma TRAVESSI. Acultural e estética quee mergem o devir do homem contemporâneo, complexo e mimético de si mesmo. Por um lado, há tentativas dedesenvolvimento de conhecimentos polissêmicos; por outro, perdas de referências culturais, mas, no composto interdisciplinar do conhecimento,desenha-se a perspectiva transdisciplinar com inúmeras possibilidades multirreferenciais da produção do saber.
- ItemHomossexualidades em discurso: o silêncio como causa do apagamento de grupos sociais(2018) CASSANA, Mônica Ferreira; ROSA, Bruno Rosa da; BOLSAN, Gilmar Júnior FerrazEste trabalho tem como propósito apresentar uma discussão sobre o silêncio como agente responsável pelo apagamento da luta e (re)existência de grupos sociais LGBTQ+, perseguidos pelo regime militar no Brasil sob a alegação de serem considerados “desviantes” das normas de comportamento vigentes na época. Como respaldo teórico, nos utilizamos das reflexões teóricas sobre silêncio e discurso, fundamentadas por Eni Orlandi (2007). Entendemos que esta pesquisa colabora com a necessidade de pensar a noção de homossexualidade articulada ao discurso, contribuindo para a compreensão do silenciamento da discussão sobre essa temática. Assim, objetivamos analisar a relevância social de um jornal que se opunha à ideologia repressiva de um governo militar nos anos 70 e 80, instaurado no Brasil. Em abordagens tradicionais, nas ciências da linguagem, dá-se ao silêncio uma condição negativa ao ser considerado apenas falta de palavras. No entanto, Orlandi refere-se a ele como algo que não é a sombra do verbal, não é o vazio: é algo que significa. A partir dessas questões, refletiremos sobre a relação entre discurso e silêncio em relação à homossexualidade, hipótese que defendemos ainda se perpetuar na contemporaneidade em nosso país. Para tanto, analisamos o artigo “As palavras: para que temê-las?”, encontrado no jornal, destinado à discussão da homossexualidade, intitulado Lampião da Esquina, a partir do qual refletimos acerca dos efeitos de sentido que são produzidos quando escolhemos determinadas terminações para designar os sujeitos homossexuais.
- ItemEntre sereias, marinheiros e escritores da própria história: reflexões sobre O papel e o mar (2010) e Carolina Maria de Jesus(2018) SIRINO, Tallyssa Izabella MachadoNos diários que compuseram a seleção de Quarto de despejo: diário de uma favelada (1960), de Carolina Maria de Jesus, há um hiato de escrita entre 1955 e 1958. O curta-metragem O papel e o mar (2010), de Luiz Antonio Pilar, encena o encontro ficcional entre Carolina e João Candido Felisberto, conhecido como o almirante negro, líder da revolta da chibata, no dia 01 de maio de 1958, data em que Carolina volta a escrever. Logo nas falas iniciais do filme, os dois personagens – que não foram contemporâneos – deixam claro qual é o seu negócio: o de Carolina, o papel; e o de João, o mar. Nesta reflexão, pretendo pensar como a problemática da performance, no sentido proposto por Jacques Derrida (1988 e 1991) – em uma releitura dos atos de fala de Austin (1990) – pode ser lida e relacionada às relações entre memória e narração (GAGNEBIN, 2006) e à partilha do sensível (RANCIÉRE, 2009), nas duas personagens centrais do curta, que encena o encontro entre esses dois representantes da resistência no Brasil. Ademais, questões como a autorização do discurso ou a produção estético-literária brasileira também são abordadas, a partir da análise de algumas cenas do curta e da desconstrução do prefácio do segundo diário da autora – Casa de alvenaria (1961).
- ItemCarmilla, de Joseph Sheridan Le Fanu: o lesbianismo como campo da memória subterrânea(2018) MAIA, Marília Milhomem Moscoso; LIMA, Rarielle Rodrigues; SOUSA, Sandra Maria NascimentoEste artigo pretende analisar a obra Carmilla de Joseph Sheridan Le Fanu evidenciando que por intermédio da narração e das memórias de Laura é possível compreender o lesbianismo como espaço do privado, da memória subterrânea ou do trauma. Destacaremos o lesbianismo na narrativa como algo diluído, apresentado ora como amizade, ora como admiração ou aversão. Carmilla é uma obra ainda pouco conhecida e não apresenta trabalhos que contemplem uma discussão teórica sobre a memória e o lesbianismo existentes na narrativa de Le Fanu. O espaço literário, a memória e o lesbianismo serão tratados sob uma proposta interdisciplinar das contribuições de Michel Foucault (1996; 2015), Sedgwick (2007), Michael Pollack (1992; 1989) e Maurice Halbwachs (2006).
- ItemHomossexualidades em mídias digitais: interseções entre gender e genre(2018) MAZZARO, Daniel; ALENCAR, VenanO estudo de mídias digitais enquanto espaços para a socialização de desejos dissidentes tem-nos servido como importante instrumento para compreendermos modos de operação das subjetividades gays em ambientes virtuais, sobretudo quando essas subjetividades se encontram textualizadas. A formulação de sentidos para questões de gênero, quando se trata de homens gays, perpassa outros meandros e requer análises de como as masculinidades e as feminilidades, por exemplo, têm sido tratadas por esses sujeitos de fala. Portanto, objetivamos, neste trabalho, realizar uma breve discussão teórica sobre normatividades, gêneros (tanto sociais como discursivos) e performatividades em aplicativos e sites de encontros gays, valendo-nos de exemplos retirados do ManHunt, Grindr e Hornet. Essa discussão estará embasada em nossas pesquisas prévias (ALMEIDA, 2016 e ALENCAR, 2017), assim como em aportes teóricos de estudiosos de gênero e sexualidade, como Halperin (2012) e, Butler (1990,1993), e também de Charaudeau (1996, 2004, 2010) no que diz respeito à análise do discurso. Dessa forma, poderemos entender como as noções de norma, heteronormatividade, gênero e cultura podem estar articuladas nas falas de nossos sujeitos-objeto e a relação que travam com a cultura hegemônica em um contexto marcado pelas situações de comunicação do gênero discursivo em que se performatizam. Além disso, buscamos reunir algumas reflexões sobre as representações gays em uma perspectiva histórica, passando da era pré-Stonewall até a contemporaneidade. Por fim, será possível traçar alguns pontos talvez ainda poucos discutidos e, ainda, promover e incentivar uma reflexão sobre as relações entre os gêneros discursivos e os gêneros sociais.
- ItemLíngua, discurso e gênero: uma análise em contraponto(2018) CASSANA, Mônica FerreiraNeste artigo, procuramos compreender como o discurso dos sujeitos transexuais está sendo significado, atravessado por saberes que rompem com a lógica disjuntiva da língua, isto é, relaciono à impossibilidade de a língua tudo nomear. Nossa hipótese é de que esses sujeitos – seu corpo e seu discurso – estão submetidos a uma coerção de ordem ideológica, uma vez que estão submetidos às injunções de um discurso dominante, que conduz, historicamente, tais sujeitos à margem. Em uma tentativa de aproximação entre as teorias de gênero (BUTLER, 2015) e Análise de Discurso de linha francesa, fundamentada por Michel Pêcheux, sobretudo a partir de 1975, procuramos entender como o processo de identidade de gênero é discursivizado por esses sujeitos, através da análise de seu discurso. Como metodologia de análise, apresentaremos duas sequências discursivas que são formadas por discursos de sujeitos transexuais e que revelam a constituição da identidade de gênero, formando um gesto de resistência em relação ao discurso dominante que teima colocar esses sujeitos em um outro lugar. Como um efeito de conclusão, entendemos que, ainda que esse discurso esteja submetido à ideologia e mantenha o corpo do sujeito transexual relegado à margem da significação, tais sujeitos encontram meios – discursivos – de (res)significar seus corpos e sua condição identitária.
- ItemRepensando a atribuição de papéis na divisão do trabalho doméstico a partir das conjugalidades LGBT"(2018) CARVALHO, Marco Aurélio de; PORCHAT, PatríciaA divisão do trabalho doméstico tem sido alvo de investigações com o intuito de verificar como acontecem as relações de gênero nas famílias. A bibliografia relativa ao tema se debruçou principalmente sobre uniões heterossexuais e demonstrou o quanto as relações assimétricas nesse modelo familiar ainda são atravessadas pelo gênero. Poucas pesquisas, no entanto, investigaram esse aspecto em uniões LGBT. Esse artigo tem o intuito de discutir os resultados de alguns trabalhos sobre uniões LGBT, de modo a trazer reflexões de como ocorre a divisão do trabalho doméstico nessas relações e quais os fatores que podem influenciar a atribuição de tarefas.
- ItemO investimento discursivo-midiático sobre o corpo transexual: o dispositivo da transexualidade(2018) SILVA, Érica DanielleEste artigo privilegia o investimento discursivo-midiático sobre o corpo transexual na contemporaneidade. Filiando-nos aos pressupostos teórico-metodológicos erigidos por Michel Foucault, tal como têm se desenvolvido no Brasil, lançamos um olhar descritivo-interpretativo para uma série enunciativa formada por capas de revistas, considerando-as como lugares de enunciação, cuja função de existência possibilita construir percursos temáticos que trazem à tona dispositivos e configurações significantes, que produzem sentidos sobre a transexualidade. Objetivamos compreender o funcionamento do dispositivo da transexualidade em práticas discursivo-midiáticas materializadas em capas de revistas que versam sobre o corpo transexual. No gesto analítico empreendido, verificou-se três grandes modos de enunciar o corpo transexual: o corpo belo, o corpo inovador e o corpo exótico. Nessa dispersão de sentidos, revelou-se a unidade discursiva da produtividade, enquanto necessidade emergente de participar de outros espaços sociais até então interditados a esses sujeitos. A produtividade se dá na ruptura das subjetividades, que denuncia uma emergência discursiva do governo da população para a produção e validação de verdades e, consequentemente, para o exercício de práticas disciplinares e regulamentadoras, graças à positividade do poder. Isso porque esses saberes funcionam como estratégias discursivas que atendem a uma demanda política contemporânea, que consiste em colocar o sujeito transexual na cadeia produtiva social.
- ItemPretensão do novo, a presença do velho: a prática discursiva e a identificação g0y em questão(2018) LAU, Heliton Diego; FATIMA, Wellton da Silva deAs noções de gênero e sexualidade discutidas a partir da perspectiva de Butler (2013) já nos fazem pensar a distinção do discurso da medicina em relação ao discurso do próprio sujeito: natureza x cultura. Para uma teoria materialista do discurso de linha francesa, a noção de gênero é determinada pelo viés ideológico (ORLANDI, 2017). A partir da aproximação dessas noções, muitos trabalhos têm discutido abordagens e posicionamentos referentes ao aspecto não-cisgênero e/ou não-heterossexual. Em nosso caso, fazemos aproximação da noção de gênero, tanto da perspectiva da teoria queer quanto da discursiva, para analisar os dizeres de um homem cisgênero homossexual que, em uma entrevista concedida ao Huffpost Brasil, se autoidentifica como g0y. A “identidade” g0y, no entanto, de acordo com o próprio movimento político-ideológico, define-se mediante a prática de um homem heterossexual que pode sentir atração por outros homens, embora não lhe seja permitido o namoro com parceiros do mesmo gênero e, tampouco, a prática sexual anal. Assim, a partir de sequências discursivas recortadas (ORLANDI, 1984) da supracitada entrevista, mobilizamos a noção de posição-sujeito (PÊCHEUX, 2014b [1975]) para observar o processo de identificação e desidentificação do sujeito no discurso sobre/com sua sexualidade em face ao movimento g0y e, também, a noção de interdiscurso (ORLANDI, 2013), remetendo os dizeres do sujeito às redes de memórias que permitem que suas palavras façam sentido.
- ItemRepresentação feminina por marcas de cerveja: uma análise semiolinguística do vídeo Skol Reposter(2018) VALENTIM, Tábatha Silva; PROCOPIO, Mariana Ramalho; FONSECA, Anna Clara ArcanjoEste trabalho tem por objetivo discutir a representação feminina difundida pela marca Skol em sua campanha de reposicionamento, por meio de uma análise discursiva ancorada nos preceitos da Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau (2008, 2017) e na notável discussão de gênero realizada por Scott (1995). Como objeto de estudo, escolhemos o vídeo Skol Reposter, lançado pela empresa nas redes sociais no dia 8 de março de 2017. Assim, nossas análises evidenciaram que a maior preocupação da marca foi projetar a sua imagem e demonstrar a evolução de seu posicionamento quanto à figura feminina em vez de garantir a discussão sobre o lugar da mulher.
- ItemO empoderamento na terceira idade por meio da educação a distância: o ensino de língua inglesa(2018) PIZZATO, Solange Goretti Moreira; BINI, Renan Paulo; CAVALCANTE, Higor Miranda; VASCONCELOS, Ana Maria Martins AlvesA pesquisa considera que a confluência entre tecnologia, educação e Língua Inglesa pode garantir empoderamento da terceira idade de forma mais democrática e rápida, isso considerando as vantagens das quebras de barreiras de tempo e espaço inerentes à modalidade EaD. Parte-se da seguinte problemática: como o ensino de Língua Inglesa na modalidade EaD pode contribuir para o empoderamento na terceira idade? Para responder à pergunta, essa proposição utiliza como estratégias metodológicas, na primeira parte, o método pesquisa bibliográfica, com o intuito de refletir sobre como a Língua Inglesa na modalidade EaD é importante para o empoderamento da terceira idade. A partir das contribuições teóricas, na segunda etapa, aplica-se um questionário online a um grupo de dez idosos participantes de cursos de Extensão em Línguas Estrangeiras na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Eles aceitaram responder voluntariamente ao questionário para verificar se há interesse ou resistência da população idosa em aprender uma língua estrangeira por meio dessa modalidade de aprendizagem. Os critérios utilizados foram: os idosos precisariam ter certo domínio da tecnologia digital e conta em algum tipo de rede social. Apresentam-se os resultados do questionário a fim de se refletir como o grupo vê a modalidade EaD como ferramenta de aprendizagem de línguas.
- ItemA violência e o livre arbítrio no conto “A planície em chamas” de Juan Rulfo: a vontade de poder como pano de fundo na Revolução mexicana(2018) CAVALCANTE, Elton Emanuel BritoA Revolução Mexicana é um dos eventos fundamentais para se compreender as mudanças político-econômicos no México. Há muitos que a defendem cegamente. Juan Rulfo, porém, foi um dos primeiros a analisá-la com imparcialidade. No conto “A planície em chamas”, diminui-se a ideia de que a Revolução não gerou dano aos mais pobres ou que ela em nenhum momento se corrompeu. Tal conto descreve alguns tipos de violência praticados ao longo da Revolução. Portanto, neste trabalho, analisar-se-á o seguinte tema: até que ponto o protagonista do conto pode realmente escolher entre ser ou nao violento? Para responder essa pergunta, partir-se-á do conceito filosófico-religioso de “mal” em si até chegar à noção de maldade social.
- ItemPrecursora da crítica feminista? Quem foi Juana Inés de La Cruz(2018) LOPES, Adriana Goreti de Oliveira; SILVA, Acir Dias daEste artigo possui o propósito de refletir sobre o trabalho de Sóror Juana Inés de la Cruz, e assim construir pontes entre a linguagem literária e as interfaces sociológicas, principalmente no que se refere a estudos de Gênero e a literatura. Para tanto, buscou-se descrever o contexto sócio-histórico da poetisa e dramaturga que foi muito além do seu tempo. Seu trabalho provocou efeitos, não apenas na sociedade mexicana do século XVII, mas inaugura o pensamento feminista, compreendido no sentido de preconizar e ampliar os direitos civis e políticos da mulher. Para abarcar o tema supracitado, será utilizado como fonte primária o material produzido por Octavio Paz, intitulado “Sóror Juana Inés de la Cruz”, uma obra que não aborda apenas os aspectos biográficos da poetisa, mas acentua também o caráter histórico, antropológico e uma crítica literária de toda sua obra. Autores como Freud (1969), Cassirer (2013), e Eliade (2016) também subsidiaram esta construção. O referencial teórico-metodológico da Sociocrítica, bem como da Literatura Comparada constitui uma excelente ferramenta que possibilita a tessitura de uma análise do material, promovendo um diálogo frutífero entre as poesias a serem analisadas e o referencial teórico da Psicanálise. Juana Inés de La Cruz ao invés de falar sobre o outro, produziu um espaço fecundo para que esse outro pudesse se expressar, e se tornou, não apenas a primeira figura literária feminina marcante daquele período, como também contribuiu para a construção de novos sentidos para a mulher e seu existir, muito além da literatura.
- ItemIdentidade sociais de gênero: mulheres nativas e não nativas em livros didáticos de inglês na visão de professores e professoras(2018) ARAÚJO, Jessica Martins de; FERREIRA, Aparecida de JesusEste trabalho traz resultados sobre a visão de docentes com relação à representação de mulheres nativas e não-nativas no material didático utilizado por eles/as no curso que ministram aulas de Inglês. A pergunta respondida nesse artigo foi: como os/as professores/as entendem as intersecções entre identidade de gênero e falantes de Inglês no livro didático? Para isso, trazemos referenciais sobre Inglês como língua franca (JENKINS, 2014; GIMENEZ, 2015) e sobre identidade social de gênero interseccionada (SHIELDS, 2008; CRENSHAW, 1989) e identidade de gênero interseccionada com língua franca (ARAUJO, FERREIRA, 2018; CRENSHAW, 1994). A metodologia utilizada foi entrevista de grupo focal (GATTI, 2005; GONDIM, 2003) e análise de livro didático (FERREIRA, 2014; TÍLIO, 2010). Os resultados mostraram que as mulheres nativas aparecem mais vezes que as mulheres não nativas, as quais, por sua vez, aparecem menos vezes que os homens não nativos, indicando uma dupla falta de representação dessas mulheres, ou seja, no momento de intersecção da identidade não nativa dessa mulher, ela é mais uma vez, inferiorizada. Ainda foi possível constatar algumas pequenas diferenças entre as respostas dadas pelos professores e pela professora. Considerando as limitações dessa pesquisa, sugerimos outros trabalhos nesse sentido, a fim de contribuir com a área, pois pode-se considerar que ainda há lacunas de pesquisa dentro dessa temática, embora seja uma área de estudo em expansão.
- ItemApresentação da 36ª edição da revista Travessias(2019) ROSSETO, Robson; SIRINO, Salete Paulina MachadoA produção acadêmica que se encontra neste número da Revista Travessias reúne investigações pautadas no estreitamento entre a pesquisa artístico-científica, com enfoque na recepção e mediação da arte contemporânea, desenvolvida no âmbito das instituições de ensino superior. Nesta edição apresentamos artigos elaborados por docentes e estudantes da graduação, mestrado e doutorado das Universidades: PUC, UFGD, UFPB, UFRB, Unespar, Unioeste, Unitins. A composição desta publicação apresenta textos que versam sobre as artes nas suas diversas faces: criação, recepção e mediação.
- Itemencruzilhadas e engrenagens: o destino de édipo em A máquina infernal, de Jean Cocteau(2019) MADEIROS, Eider; SANTOS, Carmen Sevilla Gonçalves dosO presente ensaio visa refletir sobre a relação de efeito estético provocada pelo monolito em 2001: uma odisseia no espaço de Arthur C. Clarke e suas intermitências na tradução para o cinema por Stanley Kubrick. A reflexão pauta-se no questionamento de quais seriam as possíveis representações e impactos que o polo artístico desse monolito, enquanto estrutura retangular escura e opaca, pode nos indicar menos daquilo que o adjetiva, e mais de um certo input sígnico ligado ao mistério do que sustenta a necessidade humana de ficcionalizar diante do vazio. Isso se manifesta também como o imperativo de realizar e demarcar feitos em sua própria narrativa/história antropocêntrica em curso, principalmente se registrados pela via formal das artes. Partindo de um olhar interdisciplinar entre a linguagem e as contribuições de Iser sobre efeito estético, em suas bases antropológico-literárias subsumidas dos estudos de Eric Gans, mais especificamente naquilo que elas trazem acerca do papel central da ficcionalização e dos atos de fingir – com vistas a atribuir concomitantemente um sentido à nossa ênfase principal de interpretação –, realizamos uma leitura acerca do monolito que se empreenda pela via da articulação de vazios, resultado e percurso desta nossa proposta de reflexão estética.
- ItemTransformações na educação - novas tecnologias, audiovisual e o mito do nativo digital(2019) STECZ, Solange StraubeNeste artigo discutimos meios audiovisuais, novas tecnologias de informação e comunicação que trazem para a escola a urgência da transformação de seus métodos. Tratamos do uso frequente dos termos nativo e imigrante digital, cunhados pelo norte americano Mark Prensky como elementos que contrapõe alunos e professores. Apontamos para a necessidade de um amplo debate, sobre como a escola deve buscar mecanismos para se utilizar dos novos meios. Os quais estão presentes na sociedade, mas incipientes nos processos de aprendizagem e da transformação do papel do professor como detentor do saber e na sua relação com o aluno, que traz para a escola muita informação, mas pouca reflexão. Refletimos sobre como essas mudanças podem contribuir para a consolidação da crítica para além da divisão colocada pelo senso comum de que de um lado estão atores “iluminados” pelas novas tecnologias, os chamados nativos digitais e de outro “dinossauros”, os imigrantes digitais, distantes das transformações tecnológicas. O que representa no nosso entendimento falsa dicotomia que pode ser rompida através da formação continuada de professores e pelo seu acesso aos novos meios. Para nos contrapormos a Prensky temos como referência, entre outros Kirschner (Holanda) e Bruyckere (Bélgica). E como referência teórica para a discussão da sociedade contemporânea, Hall e Bauman.
- ItemO teatro na educação infantil mediado pela contação de história(2019) VALE, Flavia JaniaskiEste artigo consiste em apontamentos e reflexões que emergiram da parte prática da pesquisa de doutorado intitulada “Colocando um Novo Ponto em cada Conto: possibilidades de inserção do teatro na educação infantil”. A pesquisa teve como objetivo central inserir o teatro na Educação Infantil através da contação de história e o do brincar. A peça ‘A Tempestade’ de William Shakespeare foi empregada como fio condutor de uma experiência cênica narrativa, pensada através da ambientação cênica e sonora do espaço escolar, como possibilidade de forjar uma experiência sensório-motora, artística e estética para crianças entre três e cinco anos de idade. O aritgo apresenta três eixos de discussão: teatro com crianças, contação de história e espaço cênico; pensando a contação de história inserida no universo do teatro e no contexto da contemporaneidade, buscando apontar aspectos da teatralidade e da performatividade que permeiam o fazer de quem conta histórias, além de apresentar o teatro a criança pequena. A opção metodológica aplicada foi uma pesquisa qualitativa com caráter descritivo, tendo as crianças como sujeitos criadores. Os procedimentos metodológicos foram: Levantamento Bibliográfico com o aporte teórico: Vygotsky, Bachelard, Celso Sisto, Vera Lúcia Bertoni dos Santos, Gilka Girandello, Luciana Hartmann e Adriana Klisys; Análise Documental e Pesquisa de Campo - foram realizadas apresentações em cinco centros de educação infantil na cidade de Dourados/MS. Com as apresentações foi possível comprovar que o brincar através do teatro e da contação de história tem um importante papel no desenvolvimento social, cognitivo, corporal e imaginativo da criança e do professor.
- ItemA fotografia teatral na recepção e na mediação do espectador: o que é visto, o que é dito e o que é(2019) LUZ, Juliana Correia da; ROSSETO, RobsonEste artigo reflete uma experiência de recepção e mediação teatral, cuja base metodológica foi a utilização da fotografia como estímulo para a captação das expectativas do espectador. O trabalho expõe o percurso investigativo das potencialidades da fotografia como recurso pedagógico para a mediação teatral do espetáculo Autômatos: Self da Inexistência, da Cia Laica de Teatro. A análise dos dados incluiu as respostas de uma entrevista realizada com os espectadores, impulsionados pela recepção das fotografias (pré-espetáculo) e imagens/cenas do espetáculo (pós-espetáculo). O público, como coautor da cena, estabeleceu conexões entre as percepções advindas anteriormente das fotografias e o momento da recepção do espetáculo, promovendo interações com a memória associadas com a fruição, diante do acontecimento teatral.
- ItemDiários de uma professora estagiária: problematizando o saber da experiência nos estágios supervisionados em Ciências da Natureza(2019) DOLESKI, Lisiane Ribeiro; SILVA, Fabiane Ferreira daNeste artigo problematizamos a experiência que emergiu durante a prática docente dos Estágios Supervisionados II e III do curso de Ciências da Natureza – Licenciatura, da Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana. Este estudo de caráter qualitativo valeu-se do diário de aula como instrumento de pesquisa tendo como corpus de análise os diários produzidos pela professora estagiária após cada aula ministrada no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Os diários de aula são compreendidos na perspectiva de Zabalza (2004), que discute os mesmos como ferramenta potente para pensar a prática docente. Os diários de aula foram analisados na perspectiva de encontrar as situações que se configuram em experiências a partir do entendimento de Larrosa (2002), ou seja, algo que nos toca, nos mobiliza e nos faz pensar. Na análise dos diários de aula ficaram evidentes dois momentos no contexto escolar. Um que apresenta alunos/as motivados/as que despertam a satisfação do/a professor/a ao planejar e ministrar suas aulas. Outro que exige uma dedicação maior do/a professor/a no qual os/as alunos/as são indisciplinados/as e não apresentam motivação para aprender. Além disso, ficou evidente na análise dos diários de aula a necessidade do/a professor/a deparar-se com questões que não dependem da sua prática docente, mas que interferem nela, como a infraestrutura e a organização escolar. Por fim, defendemos a importância do uso dos diários, não apenas como uma forma de registrar os acontecimentos do seu cotidiano, mas também como uma ferramenta de pesquisa para o/a professor/a refletir sua própria prática e qualificar a sua formação docente.