Desidades
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Desidades é uma revista eletrônica de divulgação científica na área da infância e juventude. É uma publicação trimestral, avaliada por pares, do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e Adolescência Contemporâneas - NIPIAC, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, comprometida com a divulgação do conhecimento científico além dos muros da universidade. Publica artigos originais, entrevistas e resenhas que se destinem a discutir criticamente, para um público amplo, aspectos da infância e da juventude frente a seu processo de emancipação.
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- ItemViolência sexual contra crianças e adolescentes: análise das notificações a partir do debate sobre gênero(2021) FERRAZ, Maira de Maria Pires; VELOSO, Milene Maria Xavier; CABRAL, Isabel RosaO estudo objetivou caracterizar a violência sexual contra crianças e adolescentes entre os anos de 2014 e 2016 no município de Belém-Pará, uma metrópole no norte brasileiro, a partir da análise de categorias da Ficha de Notificação de Agravos Notificados, utilizando a variável sexo da vítima. Dos 3.690 casos identificados, 84,8% acometeram meninas, com média de idade de 10,15 anos (±4,20), e 15,2% meninos de, em média, 8,09 (±3,97) anos. Os principais agressores são homens conhecidos da vítima. Este perfil indica relações de poder de gênero e geração e a necessidade de incentivar práticas sociais que visem romper a violência de gênero.
- ItemAs crianças e seus mil dias: articulações entre saúde e educação(2021) CUNHA, Antônio José Ledo Alves da; CORSINO, PatriciaEste artigo se propõe a estabelecer um diálogo entre saúde e educação infantil. Toma como ponto de partida questões que dizem respeito aos primeiros mil dias das crianças. A primeira parte trata da origem dos mil dias, apresenta o olhar da saúde sobre esse período, define atenção integral e discute o marco legal da primeira infância, que se propõe a articular políticas intersetoriais. A segunda parte trata da educação como um direito que abarca outros direitos. Discute a qualidade da oferta da Educação Infantil para o desenvolvimento integral das crianças, a não dissociação entre cuidar e educar, traz questões para discutir o desenvolvimento das crianças nos primeiros anos de vida e a docência na Educação Infantil. Na terceira parte conclui com indagações para as políticas voltadas para a primeira infância, com ênfase nos primeiros mil dias, as quais são essenciais para o pleno desenvolvimento das crianças, para o aprimoramento das sociedades e diminuição de desigualdades. Políticas que devem integrar várias áreas do conhecimento, sendo essencial a integração entre a área da saúde e da educação.
- ItemAdolescência e suas marcas: o corpo em questão(2021) TAKEITI, Beatriz Akemi; CARNEIRO, Cristiana; PERES, Simone OuvinhaO presente artigo tem como objetivo refletir sobre a importância da temática do corpo nos estudos sobre adolescência e juventude. Corpo que faz presença na pólis tanto como palco de políticas públicas atuais de cuidado e atenção, como aporte de investimentos futuros. Também corpo expressivo que, através de suas marcas, pode nos falar de um campo simbólico para além de sua dimensão biológica. Por fim, corpo que problematiza a própria delimitação das categorias adolescência e juventude, apontando para a multidimensionalidade de sua compreensão.
- ItemMobilidade e autonomia na vivência de crianças urbanas: uma etnografia do parque público infantil(2021) FERREIRA, Milene Morais; SIMÕES, Patrícia Maria UchôaO estudo teve como foco as crianças em um parque público e fundamenta-se na perspectiva dos estudos sociais das infâncias, para pensar a criança como construtora de possibilidades de ver e viver na cidade e produzir sentidos para aquilo que foi instituído a partir de suas percepções e vivências. Foram realizadas sessões de observação não participante em um parque público da cidade de Recife, tendo como foco as formas de apropriação das crianças, considerando o uso dos equipamentos disponibilizados e as interações com seus pares e seus acompanhantes adultos. A análise aponta o exercício da autonomia da criança, ao escolher parceiros, brinquedos e brincadeiras, e a mobilidade pelos espaços e equipamentos disponíveis. Também se evidenciam as intervenções dos adultos nas formas de organização dos tempos e espaços das crianças. Como conclusão, o estudo reflete a condição de cidadania da criança e o seu direito à cidade.
- Item“Sinto que renasci”: a inserção de adolescentes em um Programa de Proteção(2021) SERRÃO, Bianca Orrico; SANTANA, Juliana Prates; AMEIDA, Maria Jorge SantosEsta investigação objetiva analisar os sentidos subjetivos atribuídos ao Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) por adolescentes protegidos no estado da Bahia. Esta política foi instituída em função do aumento do número de homicídios na faixa etária de 15 a 19 anos e a necessidade de proteção para aqueles que sofrem iminente ameaça de morte. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com 16 protegidos/as, sendo que os resultados demonstram a importância do programa no direito à vida e as principais dificuldades enfrentadas pelos adolescentes para permanecerem em um programa cuja inserção envolve mudanças, regras e restrições. Pretende-se contribuir para a qualificação dessa importante política a partir da difusão das vozes dos adolescentes, além de pensar em investigações futuras que realizem o acompanhamento longitudinal Dos/as adolescentes no PPCAAM, buscando compreender os impactos a médio e longo prazo da passagem pelo programa.
- ItemBullying e associação de comportamentos de risco entre adolescentes da Região Norte: um estudo a partir da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, 2015(2021) SANTOS, Renata Ferreira dos; VERLY JUNIOR, EliseuObjetivou-se identificar a prevalência do bullying e a associação de comportamentos de risco entre adolescentes da Região Norte a partir dos resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, realizada em 2015. Trata-se de um estudo transversal, de abordagem quantitativa com 23.777 adolescentes matriculados em escolas públicas e privadas da região Norte. Utilizou-se a regressão multinomial e análise do modelo estereótipo para verificar a associação das variáveis, o nível de significância adotada foi 5%. Observou-se que a prevalência de adolescentes vitimados pelo bullying verbal foi de 4,3%; a de perpetradores foi de 15,9% e aqueles que eram vítimas e perpetradores do bullying, 2,0%. Os adolescentes perpetradores de bullying apresentaram três vezes maior chance de adotarem três (OR=3,22; IC95% 1,35–7,69) e quatro vezes maior chance de adotarem quatro (OR=4,04; IC95% 1,69–9,66) comportamentos de risco simultâneos. Conclui-se que os adolescentes da região norte que perpetraram o bullying assumiram mais comportamentos de risco à saúde.
- ItemEnfermedades de niñas y niños mbyá-guaraní: tratamientos en un entramado de relaciones(2021) CANTORE, AlfonsinaEntre as/os mbyá-guaraní é esperável que as crianças desenvolvam um conjunto de características físicas, sociais e anímicas. Aqui surgem alguns critérios para saber se uma criança está saudável. Sustentamos que essas categorias estão vinculadas com os constantes diálogos com o sistema público de saúde. Assim, quando uma doença ou um problema de saúde se manifesta em bebês e crianças, procuram-se diversas soluções. Nessa interação, os critérios de observação não são os mesmos das mães e pais que os dos médicos/as, que podem chegar até a discordar. Paralelamente, as consultas e tratamentos dependem dos recursos disponíveis. Mas diante de qualquer episódio, as mulheres são as que passam mais tempo em consultas e atendimentos no sistema público de saúde. Finalmente, vemos que a infância é a fase da vida em que a família põe mais empenho. Sustentamos esse debate com base em discussões teóricas e registros de campo coletados em comunidades mbyá-guaraní de Puerto Iguazú (Misiones, Argentina).
- ItemA adolescência negligenciada: múltiplos olhares(2021) GARCIA, Joana; FERREIRA, Ana Lúcia; CARDOSO, Marta RezendeNeste artigo, a adolescência é apresentada a partir de múltiplas dimensões que a caracterizam, fundamentada por formulações de distintos, porém complementares, campos disciplinares sobre essa experiência de vida. A proteção do adolescente é considerada uma atribuição coletiva, incluindo, além da autoproteção, um amplo conjunto relacional e institucional com seus recursos diferenciados, necessários e desejáveis para o asseguramento da qualidade de vida. Tendo como foco a negligência, em suas diferentes figuras, a adolescência é explorada em sua dimensão relacional, segundo a perspectiva de três áreas: a Medicina, o Serviço Social e a Psicanálise. O artigo é finalizado com um relato de atendimento produzido pelas autoras inspirado em demandas cotidianas de uma unidade de saúde, envolvendo uma adolescente em situação marcada por formas distintas de negligência, reflexão na qual se evidencia a riqueza de uma análise interdisciplinar acerca das temáticas exploradas.
- ItemA influência da iluminação nas emoções de jovens no contexto da pandemia de COVID-19(2021) HYPINER, Juliana Mara Batista; AZEVEDO, Giselle Arteiro NielsenDesde a eclosão do COVID-19 no início de 2020, o isolamento social faz parte do nosso cotidiano. Hábitos foram modificados, fazendo com que passássemos cada vez mais tempo em nossos lares, alternando entre os afazeres da vida pessoal e profissional. O presente estudo contemplou opiniões de jovens entre 21 a 29 anos do curso de Arquitetura e Urbanismo, entre o período de maio a junho e, posteriormente, no dia 20 de setembro de 2020. Através de observação incorporada, registros cotidianos e croquis de campo, os jovens registraram seu cotidiano alterado devido ao regime de quarentena. A pesquisa revelou que as emoções positivas apresentadas estão diretamente relacionadas a lugares com condições de conforto luminoso adequado, incluindo aberturas para o exterior e contato com a natureza. Ambientes com ausência das condições favoráveis relatadas neste estudo, além de influenciarem de modo negativo as emoções, poderão comprometer o senso de identidade desses jovens.
- ItemLa tecnologización de la crianza(2021) DELGADO, Maria Claudia; CATTANEO, Maria ElisaO presente trabalho refere-se à parentalidade em suas funções de subjetivação/ socialização de filhos e filhas e à tendência atual de utilização de recursos tecnologicos que se tornaram ajudantes primordiais da criação. Com o propósito de questionar a vinculação mencionada, aborda-se a relação que existe entre os objetos e propostas que o mercado apresenta para facilitar as funções parentais durante a criação e a utilização efetiva dos recursos mencionados por parte dos casais entrevistados em nosso estudo, por meio da aplicação da Escala EPA (Escala de Parentalidade, em fase exploratória). Ao longo deste artigo, argumenta-se teóricamente desde a psicanálise e toma-se os conceitos de Parentalidade e Sistema de Criação de Estevez y Cattaneo. Por fim, reflete-se sobre as aplicações e implicações psicológicas do uso de dispositivos tecnológicos (gadgets) na substituição de uma função parental subjetivante e protetora do desenvolvimento integral infantil.
- ItemA escola como promotora da saúde mental e do bem-estar juvenil: oficinas pedagógicas com adolescentes(2021) KOEHLER, Sonia Maria Ferreira; GONZALES, Nathália Garcia Panacioni; MARPICA, Júlia BarbeitoO presente artigo trata de um relato de experiência sobre um projeto de extensão composto por oficinas de vertente pedagógica e psicológica realizadas com 91 alunos/as matriculados/as no Ensino Médio de uma escola estadual, com idades entre 14 e 17 anos, no ano de 2019. O projeto buscou construir coletivamente recursos fundamentais para a proteção e a promoção da saúde mental e bem-estar dos jovens dentro e fora do ambiente escolar, através da troca de experiências que possibilitaram a participação ativa e o protagonismo dos adolescentes no enfrentamento das adversidades e desafios que atravessam seus cotidianos. A experiência procurou demonstrar a importância da implementação de projetos que viabilizem a expressão e a discussão acerca das realidades e relações que permeiam as vivências das juventudes, bem como promover um diálogo entre educação e saúde que oportunize a reflexão crítica a respeito da construção de um desenvolvimento juvenil integral e plural.
- ItemEscuta e diálogo: crianças e jovens na formação de minipúblicos potentes para a construção de políticas inclusivas(2021) SILVA, Conceição Firmina Seixas; AZEVEDO, Giselle Arteiro Nielsen; BEZERRA, Heloisa DiasNeste artigo analisamos, em uma perspectiva interdisciplinar, aspectos teóricos dos conceitos de representação, participação e deliberação, objetivando por em questionamento a participação em arenas que viabilizem atos de fala e de escuta, atos de troca, tais como os minipúblicos. No caso, elegemos como exemplar as iniciativas voltadas para crianças e jovens, por tratar-se de um público cuja voz é notadamente silenciada quando o assunto envolve política e as decisões políticas que vão ter impacto na vida cotidiana, como os espaços escolares e os equipamentos culturais. Para ilustrar a análise, apresentamos uma experiência fomentada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, que objetiva abrir espaço de fala, escuta e troca para crianças, com vistas a obter subsídios para a implantação de ações e políticas públicas relacionadas com às necessidades locais redução de vulnerabilidades em territórios periféricos.
- ItemAvaliação de reincidência de ofensa sexual cometida por adolescentes de 16-18 anos(2021) SILVA, Ana Clara Gomes da Silva; FERNNDEZ, Larissa Martins de Mello; SOUSA, Ranieli Carvalho Gomes de; PEREIRA, Vanessa de Moura; TAVARES, Andrea Schettino; COSTA, Liana FortunatoaEste texto refere-se a uma pesquisa exploratória realizada com adolescentes na faixa etária de 16 a 18 anos que cometeram ofensa sexual atendidos em um programa de assistência a famílias em situação de violência. O objetivo é investigar o risco de reincidência sexual desses participantes por meio do instrumento ERASOR 2.0 (versão portuguesa). Trata-se de pesquisa documental, com informações colhidas dos prontuários de 12 adolescentes no ano de 2020, durante o período da pandemia da COVID-19. O instrumento é um checklist de 25 fatores que avaliam os riscos em cinco categorias: interesses, atitudes e comportamentos sexuais; histórico de agressões sexuais; funcionamento psicossocial; contexto familiar e tratamento. O atendimento psicossocial a esses indivíduos em final da adolescência pode evitar processar e criminalizar essa faixa etária, prevenindo que os futuros jovens adultos sejam julgados pelo sistema criminal caso venham a reincidir a ofensa sexual.
- ItemLa niñez y los actuales procesos migratorios en la región latinoamericana(2021) GRANADA, Indira; PAVA, Julián Loaiza; CERNADAS, Pablo CeraniA migração é uma realidade que hoje desafia governos e sociedades de praticamente todos os países latinoamericanos, a representação estatística de crianças em deslocamentos forçados é cada vez mais alta. Nesta entrevista, é apresentado um contexto das situações mais críticas da região, abordando as vulnerabilidades que as gerações mais jovens enfrentam como sujeitos migrantes. O entrevistado também oferece referências para pensar o fenômeno a partir da dimensão da subjetividade e é indagado pelas perspectivas da infância em condição de mobilidade, no devir pós-pandêmico.
- ItemNIAJ, espaço inovador para crianças, adolescentes e jovens?(2021) CASTRO, Lucia Rabello de; CARNEIRO, Cristiana Carneiro; CORSINO, PatríciaEsta entrevista, realizada durante o Festival do Conhecimento UFRJ 2021, aborda o histórico de criação do Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Infância, Adolescência e Juventude (NIAJ), a partir de uma modificação do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e Adolescência Contemporâneas (NIPIAC), fundado em 1998, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A entrevista destaca a importância da proposta do NIAJ para a criação de um programa de pós-graduação interdisciplinar na área da infância, adolescência e juventude, uma iniciativa inédita no Brasil, liderada pela UFRJ, com a participação conjunta de outras universidades públicas do estado do Rio de Janeiro. Foram abordados os possíveis impactos na produção de conhecimento sobre infância, adolescência e juventude no Brasil e na América Latina, a partir da institucionalização do NIAJ como um espaço de interlocução interdisciplinar e inovador.
- ItemLos olvidados de la agenda en salud: diversidad funcional en niños y jóvenes en la frontera guatemalteco-mexicana(2021) MARÍN, Verónica Haydee ParedesA abordagem da saúde mental na Guatemala é um dos temas esquecidos na agenda da saúde, recebendo um orçamento menor que 0,68% do gasto total em saúde, sistema ineficaz e secretamente privatizado, além da ausência ou fragilidade de programas e políticas adequadas para garantir os direitos das pessoas com diversidade funcional. Apresentamos neste artigo um panorama da situação da saúde mental no país através da análise do caso de três menores (uma criança e dois jovens) de Yalú, Guatemala, um município marginalizado de Sibinal, San Marcos, vizinho ao município de Unión Juárez, Chiapas, México que, frente à exclusão do Estado e de um sistema de saúde que lhes nega o exercício de direitos, desenvolvem estratégias diferentes. O artigo faz parte dos resultados parciais que emergiram de uma etnografia realizada entre 2014 e 2019.
- ItemOs “nós” da rede: a construção de ações intersetoriais na prevenção ao uso de drogas com jovens escolares(2021) GARCIA, Edna Linhares; TEIXEIRA, Mariana Soares; GABE, Kamilla Mueller; OLIVEIRA, Gabriela da Silva; VIDAL, Denise; FELDMANN, Rayssa Madalena; MACHADO, Letiane de SouzaA adolescência é definida como um momento de procura por aceitação que faz o jovem suscetível ao uso de substâncias psicoativas. Nesse sentido, o presente artigo constitui um recorte da pesquisa Narrativas de adolescentes sobre drogas e os Serviços de Saúde Mental CAPSia e CAPSad: intersecções possíveis no contexto de Santa Cruz do Sul cujo objetivo é analisar o lugar da droga na constituição do sujeito e seus efeitos, bem como as questões da intersetorialidade na rede básica do município quanto à promoção de saúde e à prevenção do uso e abuso de droga por escolares. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com profissionais de saúde responsáveis pelo Programa Saúde na Escola (PSE). Os resultados apontaram distanciamento entre as instituições saúde e educação, demonstrando escassez de estratégias para uma intervenção para com os adolescentes. Diante isso, faz-se urgente o desenvolvimento de ações que busquem dar conta da articulação entre as instituições saúde e educação.
- ItemDa cidade fragmentada à cidade como espaço de brincar: a invenção de uma metodologia lúdica de pesquisa(2021) REIS, Alice Vignoli; ALVIN, Mônica BotelhoEste artigo narra um processo de pesquisa vivido em parceria com crianças e adolescentes da Favela da Mangueira, Brasil, no qual se investigou as possibilidades de reinvenção de um espaço urbano fragmentado, marcado pela distinção corpórea e territorial de direitos. Com o intuito de provocar um estranhamento em relação às lógicas segregadoras da configuração urbana, foram elaborados exercícios de experimentação clínico-artística que permitissem desnaturalizar a percepção acerca desses modos habituais de habitação e circulação no espaço da cidade. O esforço de construir uma pesquisa de forma horizontal com as crianças e adolescentes acabou levando à invenção de dispositivos lúdicos de pesquisa e experimentação do espaço urbano. Esses dispositivos nos sinalizaram a possibilidade de proposição de uma lógica brincante de ocupação do espaço público como modo de contraposição aos modos instituídos dos ordenamentos sociais do poder e a importância de que aprendamos com os modos das crianças de conhecer e pesquisar o mundo.
- ItemCircuitos e circulação de crianças e adolescentes no centro de São Paulo: as políticas de saúde entre cuidado e controle(2021) MENDES, Gabriel Rocha Teixeira; VICENTIN, Maria CristinaEste artigo discute, a partir dos modos de circulação de crianças e adolescentes em “situação de rua” no centro de São Paulo, os seus encontros e desencontros com as políticas públicas. O artigo se apoia em pesquisa de mestrado que teve como metodologia a cartografia, tendo acompanhado, com a equipe de um serviço de saúde mental, em 2018, dois grupos de crianças nos bairros da Luz e da Praça da Sé. Os acompanhamentos foram registrados na forma de diários de campo e trabalhados como narrativas. Procurou-se analisar os usos que são feitos dos serviços pelas crianças, o que acaba por engendrar um circuito institucional específico. Em direção contrária à ideia propagada pelos operadores estatais de que meninos e meninas em tais condições não “aderem” às políticas, considera-se que eles não apenas forjam usos inauditos de políticas sociais, mas também seus modos de vida conservam singularidades que despontam como desafios às políticas públicas.
- ItemDiante do fim do mundo, recomeçar pela infância(2021) PAMPLONA, Marina Harter Pamplona; FERREIRA, Marcelo SantanaO presente artigo, escrito no contexto da pandemia do novo coronavírus no Brasil, vale-se da proposição imagética do caráter destrutivo presente nos escritos de Walter Benjamin e aponta para condensações históricas e temporais em que o mundo é posto à prova em sua vocação para a destruição. Neste artigo, buscamos operacionalizar o jogo que compõe a relação entre a imagem de uma destruição necessária para a abertura do novo e a possibilidade de operacionalizar um gesto retroversivo da narrativa que se faz pela aliança com a infância, isto é, transformando as formas de contar a história e de atravessar o tempo presente. Para isso, passamos por uma crítica à concepção hegemônica de infância que é silenciada pela docilização e nos amparamos em uma concepção política de infância. Entre o que desmorona, as crianças são herdeiras da sobrevivência da arte de contar histórias, enfrentando a acelerada temporalidade da informação, reanimando o potencial de fazer dessas narrativas longínquas certa matéria-prima de orientação para o presente e o porvir. Utilizamo-nos também de produções literárias protagonizadas por crianças na América Latina que nos oferecem a imagem da face de algo que somos e nos convocam à reparação pela possibilidade de recontarmos parte de nossa história.