Desidades
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Desidades é uma revista eletrônica de divulgação científica na área da infância e juventude. É uma publicação trimestral, avaliada por pares, do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e Adolescência Contemporâneas - NIPIAC, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, comprometida com a divulgação do conhecimento científico além dos muros da universidade. Publica artigos originais, entrevistas e resenhas que se destinem a discutir criticamente, para um público amplo, aspectos da infância e da juventude frente a seu processo de emancipação.
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- ItemAtravessar fronteiras e transpor barreiras: desafios e deslocamentos de crianças e adolescentes venezuelanos em Roraima – Brasil(2021) OLIVEIRA, Janaina VoltoliniA realidade complexa e multifacetada das migrações internacionais revela enormes desafios que impactam diretamente a vida das crianças e dos adolescentes, especialmente os mais vulneráveis, e exigem, dos poderes constituídos e da sociedade civil, respostas urgentes frente às inúmeras violações de direitos humanos pelas quais passam essas populações. Nesse sentido, este estudo discute as circunstâncias dos deslocamentos forçados e o atendimento, especialmente nas políticas de saúde, educação e assistência social (acolhimento) às crianças e adolescentes venezuelanas que residem no Brasil, especificamente no estado de Roraima. Trata-se de pesquisa de natureza empírica, apoiada em documentos públicos de agências governamentais e não-governamentais, além de leitura, catalogação e arquivo de notícias de jornais locais, regionais e nacionais sobre o tema. Para além de muitos avanços alcançados em relação à garantia da proteção integral de crianças e adolescentes, há ainda um longo caminho a ser percorrido.
- ItemNiñez, educación y pandemia. La experiencia de las familias en Buenos Aires (Argentina)(2021) MOGUILLANSKY, Marina Moguillansky; DUEK, CarolinaNeste trabalho, propomos caracterizar as formas que a educação na Argentina assumiu durante a pandemia para explorar as alternativas e as maneiras como o corpo docente se articulou com seus alunos na perspectiva das famílias. A hipótese que organiza este trabalho é que as experiências de educação virtual durante a pandemia reproduzem e agravam as desigualdades pré-existentes quanto ao acompanhamento, atendimento, organização e adaptação das escolas à educação virtual. Para esta pesquisa, realizamos vinte entrevistas semiestruturadas com pais de meninos e meninas de seis a nove anos, cujos filhos frequentam escolas públicas e privadas de administração na Área Metropolitana de Buenos Aires. Inquirimos sobre suas percepções sobre a educação a distância durante a pandemia e levantamos as formas de acompanhamento pelos pais, bem como as dificuldades desse processo.
- ItemMeninos não choram: estudo sobre um caso de abuso sexual infantil(2021) OLIVEIRA, Leonardo Ribeiro Gonçalves de; CÂMARA, Leonardo; CANAVÊZ, FernandaO presente artigo tem o objetivo de discutir as dificuldades que podem surgir no acompanhamento a crianças envolvidas em relações abusivas. Para tanto, apresentou-se estudo de caso realizado com o intuito de responder como se deu o acompanhamento de um caso de criança vítima de abuso sexual atendido pelo CREAS em um município de médio porte do Estado do Rio de Janeiro. Esse estudo, de um único caso, foi elaborado segundo os fundamentos do caso revelador. Utilizou-se como referencial teórico para análise dos dados a teoria ferencziana do trauma. O estudo indicou a importância de reuniões para discussões de casos em rede como forma de diluir, por meio do debate a respeito das diversas percepções, os mecanismos de defesa dos profissionais diante do horror da violência. A leitura de Ferenczi aponta que, no atendimento a crianças que sofrem abusos, uma postura de reconhecimento da vulnerabilidade é fundamental, porém, aparenta não ser o suficiente. O caso concreto estudado indicou que não é possível falar em reconhecimento do sofrimento dos infantes sem que isto esteja articulado a tentativas urgentes de reparações que interrompam, de forma definitiva, o ciclo de violência.
- ItemDiscutindo projetos de vida com crianças e adolescentes em vulnerabilidade social(2021) ALVARENGA, Claudia Gersen; PATROCINIO, Laís Barbosa; BARBI, LucasObjetivou-se analisar um trabalho sobre projetos de vida com crianças e adolescentes de uma região periférica de Belo Horizonte, Brasil, que se deu por oficinas de educação em saúde ocorridas em uma instituição filantrópica durante 10 meses. Foram abordados temas como autoconhecimento, autoestima, relações familiares e vínculos afetivos, cuidados com o corpo, cidadania, desigualdades, violências. A análise foi empreendida por meio de questionário diagnóstico aplicado a participantes, atividades realizadas pelo grupo e caderno de campo. Os meninos demonstraram predileção por carreiras de menor qualificação e as meninas por profissões de Ensino Superior. Observou-se a ausência de articulação entre os projetos mencionados e as ações concretas para empreendê-los. A escola não foi mencionada positivamente como um espaço para o alcance dos objetivos. As oficinas de educação em saúde focadas na promoção de projetos de vida se mostraram estratégias potentes para a construção do autoconhecimento, oportunizando a projeção do futuro desejado.
- ItemFeminismo teen e youtubers: feminismo na adolescência em tempos de redes sociais(2021) SANTOS, Ana Carolina Vila Ramos dosEste trabalho teve como objetivo investigar o modo como as motivações, práticas e experiências de adolescentes autoidentificadas como feministas são impactadas pelas redes sociais. Por meio de entrevistas semiestruturadas foi investigado de que modo as redes sociais, especialmente o YouTube, impactaram o processo de formação feminista das meninas. O trabalho conclui que as redes sociais tem delineado uma “feminização da cultura”, um longo processo histórico de mudança cultural no qual o respeito ao feminino, à dignidade humana e à diferença são valores centrais.
- Item“Sem um pingo de cor”: experiências de crianças e adolescentes com a Doença Falciforme na Paraíba(2021) PIMENTEL, Bruna Tavares Pimentel,NEVES, Ednalva Maciel; PIRES, Flávia FerreiraEsse artigo traz uma reflexão a partir das perspectivas de crianças e adolescentes que vivem com a Doença Falciforme ou anemia falciforme, como é conhecida, sendo problematizada através da experiência e limites da vida com a doença. Trata-se de uma doença genética que acomete a população negra, o que traz consequências para o diagnóstico e tratamento. O estudo foi realizado com pais, responsáveis, crianças e adolescentes em cidades do interior e na capital paraibana, Brasil. O diálogo com os interlocutores se deu através da produção de desenhos e de entrevistas semiestruturadas. Essa abordagem permitiu concluir que os entendimentos e as experiências da doença associam-na a uma alteração no sangue, marcada por crises de dor como expressão unívoca da enfermidade. O desconhecimento dos profissionais de saúde da doença, assim como do ambiente escolar, reforçam a lógica do racismo institucional, resultando em bullying, preconceito de classe e raça.
- ItemUNICEF, (des)colonidades e infâncias: vidas negras importam(2021) LEMOS, Flávia Cristina Silveira; GALINDO, Dolores Cristina Gomes; OLIVEIRA, Anderson Reis de; OLIVEIRA, Mateus Moraes deEste artigo busca problematizar práticas do UNICEF de (des)colonização e, paradoxalmente, de silenciamento e controle dos corpos de crianças e pela atualização dos mecanismos de colonialidades das vidas negras, a partir de uma conversação entre Mbembe, Foucault, Sontag, Carneiro, Gonzalez e Butler. O texto é resultado de pesquisas com documentos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Trabalha-se com documentos sobre a situação da infância brasileira, produzidos em português pela referida agência internacional, no país. Problematiza-se o enquadramento das vidas de crianças negras e como elas são construídas como precárias a ponto de serem vulnerabilizadas por mecanismos biopolíticos e necropolíticos de desautorização e interdição discursivos de todos(as) que são classificados(as) como não humanos, logo, alvos de colonização. Por fim, abordam-se fragmentos de relatórios do UNICEF em que os enquadres de guerra biopolíticos e necropolíticos são materializados por tanatopolíticas.
- ItemAs crianças e seus mil dias: articulações entre saúde e educação(2021) CUNHA, Antônio José Ledo Alves da; CORSINO, PatriciaEste artigo se propõe a estabelecer um diálogo entre saúde e educação infantil. Toma como ponto de partida questões que dizem respeito aos primeiros mil dias das crianças. A primeira parte trata da origem dos mil dias, apresenta o olhar da saúde sobre esse período, define atenção integral e discute o marco legal da primeira infância, que se propõe a articular políticas intersetoriais. A segunda parte trata da educação como um direito que abarca outros direitos. Discute a qualidade da oferta da Educação Infantil para o desenvolvimento integral das crianças, a não dissociação entre cuidar e educar, traz questões para discutir o desenvolvimento das crianças nos primeiros anos de vida e a docência na Educação Infantil. Na terceira parte conclui com indagações para as políticas voltadas para a primeira infância, com ênfase nos primeiros mil dias, as quais são essenciais para o pleno desenvolvimento das crianças, para o aprimoramento das sociedades e diminuição de desigualdades. Políticas que devem integrar várias áreas do conhecimento, sendo essencial a integração entre a área da saúde e da educação.
- ItemA escola como promotora da saúde mental e do bem-estar juvenil: oficinas pedagógicas com adolescentes(2021) KOEHLER, Sonia Maria Ferreira; GONZALES, Nathália Garcia Panacioni; MARPICA, Júlia BarbeitoO presente artigo trata de um relato de experiência sobre um projeto de extensão composto por oficinas de vertente pedagógica e psicológica realizadas com 91 alunos/as matriculados/as no Ensino Médio de uma escola estadual, com idades entre 14 e 17 anos, no ano de 2019. O projeto buscou construir coletivamente recursos fundamentais para a proteção e a promoção da saúde mental e bem-estar dos jovens dentro e fora do ambiente escolar, através da troca de experiências que possibilitaram a participação ativa e o protagonismo dos adolescentes no enfrentamento das adversidades e desafios que atravessam seus cotidianos. A experiência procurou demonstrar a importância da implementação de projetos que viabilizem a expressão e a discussão acerca das realidades e relações que permeiam as vivências das juventudes, bem como promover um diálogo entre educação e saúde que oportunize a reflexão crítica a respeito da construção de um desenvolvimento juvenil integral e plural.
- ItemAdolescência e suas marcas: o corpo em questão(2021) TAKEITI, Beatriz Akemi; CARNEIRO, Cristiana; PERES, Simone OuvinhaO presente artigo tem como objetivo refletir sobre a importância da temática do corpo nos estudos sobre adolescência e juventude. Corpo que faz presença na pólis tanto como palco de políticas públicas atuais de cuidado e atenção, como aporte de investimentos futuros. Também corpo expressivo que, através de suas marcas, pode nos falar de um campo simbólico para além de sua dimensão biológica. Por fim, corpo que problematiza a própria delimitação das categorias adolescência e juventude, apontando para a multidimensionalidade de sua compreensão.
- ItemMobilidade e autonomia na vivência de crianças urbanas: uma etnografia do parque público infantil(2021) FERREIRA, Milene Morais; SIMÕES, Patrícia Maria UchôaO estudo teve como foco as crianças em um parque público e fundamenta-se na perspectiva dos estudos sociais das infâncias, para pensar a criança como construtora de possibilidades de ver e viver na cidade e produzir sentidos para aquilo que foi instituído a partir de suas percepções e vivências. Foram realizadas sessões de observação não participante em um parque público da cidade de Recife, tendo como foco as formas de apropriação das crianças, considerando o uso dos equipamentos disponibilizados e as interações com seus pares e seus acompanhantes adultos. A análise aponta o exercício da autonomia da criança, ao escolher parceiros, brinquedos e brincadeiras, e a mobilidade pelos espaços e equipamentos disponíveis. Também se evidenciam as intervenções dos adultos nas formas de organização dos tempos e espaços das crianças. Como conclusão, o estudo reflete a condição de cidadania da criança e o seu direito à cidade.
- ItemContribuições da literatura internacional para o cuidado em saúde mental de adolescentes em conflito com a lei no Brasil(2021) COSTA, Rafaelle C. S.; BUSOS, Fernanda Papa; ROMANO, Thales Vinícius Mozaner; BAZON, Marina RezendeO presente estudo visou evidenciar a produção de conhecimento sobre saúde mental e prática de delitos. Foram levantados artigos na base de dados Web of Science, com os descritores: (mental health) e (offense* ou offender* ou delinquen*) e (juvenile* ou adolescent* ou youth*). A análise de 42 artigos permitiu a criação das seguintes categorias de estudos: 1) Prevalência de transtornos de saúde mental e variáveis associadas; 2) Associação entre prática de delitos e problemas de saúde mental e 3) Prevalência de comportamentos suicidas e variáveis associadas. A associação entre delinquência e saúde mental pode ocorrer nas duas direções e depende dos tipos de transtornos e de delitos estudados. Comportamentos suicidas associam-se com privação de liberdade. Identificar a presença de experiências adversas na infância, problemas escolares, uso de substâncias e comorbidades de saúde mental podem auxiliar na compreensão dessas relações. Espera-se que este estudo viabilize avanços das práticas em saúde mental no sistema socioeducativo.
- ItemContribuciones desde los movimientos de niños, niñas y adolescentes trabajadores a la discusión en torno al trabajo infantil(2021) KATTAN, Natalia SepúlvedaO trabalho infantil é um aspecto controverso nas sociedades modernas, mas não totalmente visível. Neste artigo, revelamos duas posições concorrentes neste debate, revisando 1) a noção de trabalho infantil e suas implicações no desenvolvimento da política abolicionista, 2) a perspectiva dos movimentos de crianças e adolescentes trabalhadores sob o foco da avaliação crítica de trabalho e a reivindicação por trabalho decente; e 3) uma síntese de quatro argumentos com os quais a posição reivindicadora responde à concepção de trabalho infantil: a relação exploração / trabalho; a relação trabalho / crime; a relação trabalho / escola; a interpretação do direito ao trabalho e à participação. Conclui-se que o debate em torno do trabalho infantil requer a participação das crianças trabalhadoras para um melhor desenvolvimento conceitual do fenômeno, cuja discussão vai além do fato de meninos e meninas trabalharem.
- ItemCuidado infantil y lazos sociales: aislamiento social de niños y niñas durante la pandemia del COVID-19 en la Argentina(2021) SERANTES, Juan Alexis Serantes; LENTA, María Malena; RIVEROS, Brenda; ZALDÚA, GracielaEste trabalho trata das reconfigurações do cuidado de meninas e meninos que convivem com grupos familiares na Região Metropolitana de Buenos Aires, Argentina, durante a pandemia da COVID-19 e das medidas preventivas obrigatórias de isolamento social. Seu objetivo é analisar as transformações dos laços sociais infantis a partir das transformações dos espaços familiares e escolares, na perspectiva de cuidadores adultos no ambiente familiar. Foi trabalhado com uma entrevista virtual a partir de um questionário estruturado com questões abertas e fechadas, com uma amostra intencional por meio do método bola de neve. Os resultados encontrados relacionam-se com as reconfigurações do tempo e do espaço, as reestruturações nas dinâmicas de convivência, o uso das tecnologias, as vicissitudes emergentes na superposição do trabalho, do cuidado, da educação e das relações sociais, e a expressões do mal-estar infantil.
- ItemEscuta e diálogo: crianças e jovens na formação de minipúblicos potentes para a construção de políticas inclusivas(2021) SILVA, Conceição Firmina Seixas; AZEVEDO, Giselle Arteiro Nielsen; BEZERRA, Heloisa DiasNeste artigo analisamos, em uma perspectiva interdisciplinar, aspectos teóricos dos conceitos de representação, participação e deliberação, objetivando por em questionamento a participação em arenas que viabilizem atos de fala e de escuta, atos de troca, tais como os minipúblicos. No caso, elegemos como exemplar as iniciativas voltadas para crianças e jovens, por tratar-se de um público cuja voz é notadamente silenciada quando o assunto envolve política e as decisões políticas que vão ter impacto na vida cotidiana, como os espaços escolares e os equipamentos culturais. Para ilustrar a análise, apresentamos uma experiência fomentada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, que objetiva abrir espaço de fala, escuta e troca para crianças, com vistas a obter subsídios para a implantação de ações e políticas públicas relacionadas com às necessidades locais redução de vulnerabilidades em territórios periféricos.
- ItemAvaliação de reincidência de ofensa sexual cometida por adolescentes de 16-18 anos(2021) SILVA, Ana Clara Gomes da Silva; FERNNDEZ, Larissa Martins de Mello; SOUSA, Ranieli Carvalho Gomes de; PEREIRA, Vanessa de Moura; TAVARES, Andrea Schettino; COSTA, Liana FortunatoaEste texto refere-se a uma pesquisa exploratória realizada com adolescentes na faixa etária de 16 a 18 anos que cometeram ofensa sexual atendidos em um programa de assistência a famílias em situação de violência. O objetivo é investigar o risco de reincidência sexual desses participantes por meio do instrumento ERASOR 2.0 (versão portuguesa). Trata-se de pesquisa documental, com informações colhidas dos prontuários de 12 adolescentes no ano de 2020, durante o período da pandemia da COVID-19. O instrumento é um checklist de 25 fatores que avaliam os riscos em cinco categorias: interesses, atitudes e comportamentos sexuais; histórico de agressões sexuais; funcionamento psicossocial; contexto familiar e tratamento. O atendimento psicossocial a esses indivíduos em final da adolescência pode evitar processar e criminalizar essa faixa etária, prevenindo que os futuros jovens adultos sejam julgados pelo sistema criminal caso venham a reincidir a ofensa sexual.
- Item“Sinto que renasci”: a inserção de adolescentes em um Programa de Proteção(2021) SERRÃO, Bianca Orrico; SANTANA, Juliana Prates; AMEIDA, Maria Jorge SantosEsta investigação objetiva analisar os sentidos subjetivos atribuídos ao Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) por adolescentes protegidos no estado da Bahia. Esta política foi instituída em função do aumento do número de homicídios na faixa etária de 15 a 19 anos e a necessidade de proteção para aqueles que sofrem iminente ameaça de morte. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com 16 protegidos/as, sendo que os resultados demonstram a importância do programa no direito à vida e as principais dificuldades enfrentadas pelos adolescentes para permanecerem em um programa cuja inserção envolve mudanças, regras e restrições. Pretende-se contribuir para a qualificação dessa importante política a partir da difusão das vozes dos adolescentes, além de pensar em investigações futuras que realizem o acompanhamento longitudinal Dos/as adolescentes no PPCAAM, buscando compreender os impactos a médio e longo prazo da passagem pelo programa.
- ItemBullying e associação de comportamentos de risco entre adolescentes da Região Norte: um estudo a partir da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, 2015(2021) SANTOS, Renata Ferreira dos; VERLY JUNIOR, EliseuObjetivou-se identificar a prevalência do bullying e a associação de comportamentos de risco entre adolescentes da Região Norte a partir dos resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, realizada em 2015. Trata-se de um estudo transversal, de abordagem quantitativa com 23.777 adolescentes matriculados em escolas públicas e privadas da região Norte. Utilizou-se a regressão multinomial e análise do modelo estereótipo para verificar a associação das variáveis, o nível de significância adotada foi 5%. Observou-se que a prevalência de adolescentes vitimados pelo bullying verbal foi de 4,3%; a de perpetradores foi de 15,9% e aqueles que eram vítimas e perpetradores do bullying, 2,0%. Os adolescentes perpetradores de bullying apresentaram três vezes maior chance de adotarem três (OR=3,22; IC95% 1,35–7,69) e quatro vezes maior chance de adotarem quatro (OR=4,04; IC95% 1,69–9,66) comportamentos de risco simultâneos. Conclui-se que os adolescentes da região norte que perpetraram o bullying assumiram mais comportamentos de risco à saúde.
- ItemEnfermedades de niñas y niños mbyá-guaraní: tratamientos en un entramado de relaciones(2021) CANTORE, AlfonsinaEntre as/os mbyá-guaraní é esperável que as crianças desenvolvam um conjunto de características físicas, sociais e anímicas. Aqui surgem alguns critérios para saber se uma criança está saudável. Sustentamos que essas categorias estão vinculadas com os constantes diálogos com o sistema público de saúde. Assim, quando uma doença ou um problema de saúde se manifesta em bebês e crianças, procuram-se diversas soluções. Nessa interação, os critérios de observação não são os mesmos das mães e pais que os dos médicos/as, que podem chegar até a discordar. Paralelamente, as consultas e tratamentos dependem dos recursos disponíveis. Mas diante de qualquer episódio, as mulheres são as que passam mais tempo em consultas e atendimentos no sistema público de saúde. Finalmente, vemos que a infância é a fase da vida em que a família põe mais empenho. Sustentamos esse debate com base em discussões teóricas e registros de campo coletados em comunidades mbyá-guaraní de Puerto Iguazú (Misiones, Argentina).
- ItemBelo Horizonte, uma cidade educadora(?): uma análise das ações e políticas públicas voltadas para a infância(2021) COELHO, Luciano Silveira; CAMPOS, Túlio; RIBEIRO, Sheylazarth Presciliana; CRUZ, Éder Fernando SouzaEste trabalho buscou refletir sobre a presença do Município de Belo Horizonte, Brasil, na Associação Internacional das Cidades Educadoras. Para tanto, foi feita uma revisão bibliográfica sobre a temática em questão e uma análise documental com o intuito de identificar e analisar ações do Poder Público e da sociedade civil na promoção da inserção da criança nos espaços públicos da cidade. Verificou-se que as ações realizadas pelo Município, em especial o Programa Escola Integrada, trouxe avanços, mas ainda não garantiu uma efetiva apropriação dos espaços públicos na promoção de uma cidadania infantil. Dessa forma, conclui-se que Belo Horizonte se encontra em processo de constituição como cidade educadora, mas é preciso ir muito além do que está posto na direção de um compromisso com a ética pública.