Navegando por Autor "COSTA, Lívia Fialho"
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- ItemEditorial(2017) COSTA, Lívia Fialho; SOUZA, Elizeu Clementino deO entendimento das possíveis relações entre Música e Educação, neste dossiê, nos convida à reflexão acerca do pluriculturalismo e da interdisciplinaridade. A discussão torna-se ainda mais relevante porque repousa sobre a compreensão de campos episte-mológicos e práticas sociais voltadas para a formação do ser humano: uma formação que, enquanto expectativa da contemporaneidade, deve estar atenta à diversidade cultural. Os artigos aqui reunidos são um estímulo à observação acerca do diálogo entre os saberes envolvidos nessas áreas. O reconhecimento e a pressuposição de que se trata de uma relação entre culturas nos conduz ao caminho de uma abordagem interdisciplinar. Tanto o campo da Música quanto o da Educação constituem-se em práticas. A re-flexão sobre as práticas provoca o conhecimento sobre as outras dimensões envolvidas em cada um dos campos, quais sejam os aspectos históricos, sociais, econômicos, políticos, culturais, religiosos, seus impactos e o poder de transformação proveniente da partilha de conhecimentos e formação dos atores sociais. A interdisciplinaridade possibilita aproximações entre as disciplinas entre si, e é neste sentido que os conteúdos interagem como forma de ampliação e interação entre conhecimentos, promovendo recursos inovadores para processos de aprendizagem numa sociedade complexa, multi e pluricultural. Os modos de produzir a ciência e de apreender a realidade es-tão na base da emergência da interdisciplinaridade, processo que se constrói pouco a pouco a partir dos anos 1940 e se consolida, a partir daí, em diferentes momentos, nas diversas disciplinas. A abertura das fronteiras entre as disciplinas e o convite à colaboração conceitual interdisciplinar reverbera, na Educação, nas formas de ensinar na escola e no desenvolvimento de competências para lidar com a diversidade cultu-ral. Ao mesmo tempo, a interdisciplinaridade constitui-se um recurso metodológico que se amplia, sobretudo, com os Parâmetros Curriculares Nacionais, vez que é um dos instrumentos contemporâneos que tem provocado na Educação novos modos de conhecimento crítico aplicado.
- ItemEditorial(2015) COSTA, Lívia Fialho; SANTOS, Cleide MagaliO número temático 43 da Revista da FAEEBA/Educação e Contemporaneidade explora um objeto de extrema relevância para o campo da Educação. Em larga medida, trata do legado de Paulo Freire e da problematização a respeito da constituição do sujeito educador social e do conteúdo que se aprende e se ensina com as práticas e a partir delas. Atravessam todos os textos a concepção de Educação Social e sua relação com a percep-ção da realidade; o percurso de desenvolvimento e afirmação da autonomia do educando e sua relação com a emergência de atitudes de defesa de direitos e participação social. Seja na teoria, seja na prática – contextos de produção indissociáveis –, a função social da educação é a de criar condições para a formação de sujeitos e para a emancipação dos mesmos mediante desenvolvimento de criticidade e reflexividade. Para Freire, a construção de uma prática educativa libertadora, que permita a humanização do homem, não se realiza senão mediante o domínio e reflexão da realidade econômica e social con-creta. Portanto, vista ora como método de educação, que valoriza os saberes oriundos das realidades culturais, ora como teoria do conhecimento, a educação popular visa à transformação social, assumindo-se, sem dúvida, como um lugar de exercício político. Desse legado e das inúmeras produções realizadas a partir dele, foram geradas diver-sas mudanças nas concepções de ensino e aprendizagem na contemporaneidade. Dele também emerge a compreensão da diversidade de contextos educacionais, que já não se restringe à ação institucionalizada da escola.
- ItemEditorial(2018) COSTA, Lívia FialhoDiferentes mídias têm veiculado imagens de crianças em situações de guerra, em perigo, doentes, integradas ao mundo da exploração sexual e do trabalho, gerando muita comoção e mobilização em diversas partes do mundo. Para além das questões relativas ao senso comum ou à forma como as crianças têm sido exploradas em imagens, várias áreas de conhecimento constroem saberes sobre práticas relativas à emergência das “infâncias” e das “crianças”. Tais construções estão amplamente am-paradas nos estudos que tratam da história da infância e que constituem fundamental colaboração para o entendimento da “infância” como um conceito. A ideia de que as crianças sempre existiram, mas a infância não, passou a ser o argumento de muitos estudos interessados na temática da “invenção” dessa etapa da vida, que não pode ser interpretada sem uma análise da organização da própria sociedade e da família. As discussões sobre “infâncias” e “crianças” envolvem entendimentos mais amplos sobre estrutura social, políticas públicas e o lugar da família contemporânea – esta última não apenas enquanto domínio formidável, instituição fundamental, de formação do indivíduo, mas como contexto social onde também operam diversas dinâmicas de violência, exclusão e abuso.
- ItemEditorial(2017) COSTA, Lívia FialhoFacilitar o acesso das pessoas com deficiência aos diferentes espaços públicos é uma proposta que parte de um entendimento bastante recente, resultante de leis, decretos e de demandas dos próprios deficientes que dão visibilidade política à causa como um todo. Barreiras arquitetônicas, comunicacionais, pedagógicas ou atitudinais marcam o cotidiano das cidades, das escolas, dos museus, das universidades. Esta realidade vem sendo questionada e modificada a partir da compreensão segundo a qual essas barreiras são formas de discriminação contra as pessoas com deficiência. São avanços significativos e que requerem mais reflexões sobre a experiência com a deficiência e o olhar dos especialistas.
- ItemEditorial(2016) COSTA, Lívia FialhoA doença, o mal-estar, a aflição constituem experiências pessoais consideradas desa-gradáveis. A busca de tratamentos específicos está associada a várias condições dentro de uma mesma cultura. Seu impacto no indivíduo, na família e no contexto social mais amplo tem merecido a atenção de muitos estudos nas mais diversas áreas. Aprender a lidar com as situações indesejáveis – mediante exposição narrativa (autobiográfica) ou a partir de estratégias tecnológicas que viabilizam mudanças nos modos de estar doente – motivou a organização deste dossiê, dedicado à temática Educação e Saúde. Embora este dossiê não destaque apenas a discussão sobre a educação em saúde, os tex-tos, aqui reunidos, tomam como referência pesquisas que falam sobre fatores de risco e de proteção à saúde, sobre condições de trabalho, sobre a doença como produtora de exclusão e de desvalorização de si. Outros aspectos na relação com a saúde ganharam relevância nas pesquisas: a doença, esta experiência extraordinária, que quebra o curso normal da trajetória de vida do indivíduo, revela-se como motor de redimensionamento de práticas do indivíduo e do seu entorno. Numa perspectiva das ciências humanas, os artigos visitam a saúde e a doença do lugar dos sentidos atribuídos ao sofrimento, que, normalmente estão ligados a um conjunto de situações, cujos contornos se imbricam aos significantes socioculturais do indivíduo.
- ItemEditorial(2017) COSTA, Lívia FialhoO campo da Educação tem explorado, de distintas maneiras, questões relativas à vida em quilombos. Muitos estudos são dedicados ao tema de como se dão os proces-sos educativos – ditos não formais – nestas comunidades ou como se dão as práticas pedagógicas e a construção do currículo em escolas localizadas em quilombos ou em suas imediações. Estas produções, que se amparam num referencial teórico das Ciências Sociais, em particular da Antropologia, e, normalmente, tomam como método a Etnografia, põem em evidência conhecimentos fundamentais sobre o que são as co-munidades quilombolas, seus modos de vida e a dificuldade de acesso a seus direitos. Ao darem voz às histórias da remanescência quilombola ou como se deu o processo de certificação, estas produções tomam como propósito a reflexão mais ampla sobre a dimensão política que se enuncia com a construção de um objeto desta natureza. De que maneira o tratamento do tema quilombolas tem colaborado para aumentar a visibilidade destes sujeitos enquanto sujeitos de reconhecimentos normativos? O que se sabe sobre suas lutas pelo resgate de territórios? Que questões, neste sentido, têm sido relevantes para o campo da educação?A Universidade do Estado da Bahia (Uneb) vem produzindo, ao longo de mais de 20 anos, um conjunto expressivo de trabalhos sobre o tema: participação em laudos antropológicos, cursos de extensão, monografias, dissertações e teses sobre a vida nas comunidades negras rurais da Bahia e os modos de diálogo entre a educação escolar e as especificidades étnico-culturais das comunidades quilombolas. As produções reunidas no departamento de Educação e no Programa de Pós-graduação em Edu-cação e Contemporaneidade da Uneb vêm ampliar a perspectiva de dar visibilidade às “comunidades tradicionais”, historicamente marginalizadas, como quilombolas, indígenas, assentados, comunidades pesqueiras. Assim, o tema deste dossiê, orga-nizado por José Maurício Arruti (Unicamp) e Marcos Luciano Messeder (Uneb), se alinha com o perfil de produções da Uneb e vem reforçar a perspectiva da defesa dos grupos oprimidos e subalternizados, ao dar visibilidade a realidades específicas de quilombos no Brasil.
- ItemEditorial(2016) SOUZA, Elizeu Clementino de; COSTA, Lívia FialhoAs discussões construídas na sociedade brasileira após a promulgação da Constituição Federal de 1998, e também com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96, impactam no campo educacional em diversas questões relacionadas à reconfiguração e reorganização do sistema educacional. As disposições sobre educação e diversidade ganharam maior visibilidade no contexto das reformas curriculares empre-endidas pelo Ministério da Educação, mas também a partir de diferentes mobilizações vividas cotidianamente pelos Movimentos Sociais, especialmente aqueles relacionados a questões étnico-raciais, de diversidade afetivo-sexual, da educação quilombola, da educação do campo, da educação indígena, da educação inclusiva, ganhando espaço e materialidade em documentos oficiais, tais como os Parâmetros Curriculares Nacionais, as Diretrizes Curriculares para Formação de Professores da Educação Infantil, do Ensino Fundamental, dos Parâmetros Curriculares em Ação, e, mais atualmente, nos grandes e constantes embates relacionados ao Plano Nacional de Educação, com reflexos nos Planos Estaduais e Municipais, no tocante a questões de gênero e de sexualidade.
- ItemEditorial(2018) COSTA, Lívia Fialho; MATTA, AlfredoA Educação da Bahia fica sem Edivaldo Machado Boaventura neste mês de agosto de 2018. A Universidade do Estado da Bahia perde seu mestre, fundador, grande co-laborador, e incentivador da Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade. Bacharel em Direito (1959) e em Ciências Sociais (1969); Livre Docente (1964) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA); Ph.D. em Educação (1981) pela The Pennsylvania State University, Estados Unidos. Contudo a contribuição de Edivaldo Boaventura vai além dos méritos da atuação na Faculdade de Direito, na Escola de Serviço Social da Bahia, no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, como juiz federal do trabalho, como diretor geral do Jornal A Tarde. Sua opção pela Educação, como objeto e campo de trabalho, foi decisiva para as mudanças e reformas universitárias, amparadas na sua experiência como Secretário de Educação e Cultura da Bahia nos períodos 1970-1971 e 1983-1987. Em 1971 torna-se membro da Academia de Letras da Bahia. Era membro da Academia Baiana de Educação, do Instituto Histórico Geo-gráfico Brasileiro, do Instituto Geográfico Histórico da Bahia e também da Academia Portuguesa da História, dentre outras filiações importantes.
- ItemEditorial: Educação, Etnogênese e Interculturalidade(2022) RIOS, Jane Adriana Vasconcelos Pacheco; COSTA, Lívia FialhoNeste momento comemorativo dos trinta anos de atuação na área da Educação, a Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade publica mais um dossiê comprometido com temáticas atuais e relevantes para a Educa-ção no Brasil. A Revista vem desenhando sua história e, com ela, documentando processos, produções e modos de (re)existências de povos que ganham contornos em suas páginas com os diferentes estudos divulgados. No caso específico deste Dossiê, cuja temá-tica trata da Educação, Etnogênese Indígena e Interculturaridade, registramos pesquisas e experiências com/sobre os povos indígenas que nos mobilizam a pensar o momento atual de lutas e mortes dos povos originários que vêm, constantemente, acontecendo no Brasil e na América Latina.
- ItemOnde estão os outros? mudanças e permanências nas redes sociais de apoio e cuidado de tetraplégicos(2018) FREITAS, Juliana; COSTA, Lívia FialhoA partir de um estudo que visou a análise da composição e recomposição das redes sociais de indivíduos tetraplégicos crônicos, estudamos as tensões e os paradoxos que emergem da situação de completa dependência de um indivíduo do auxílio de outras pessoas para garantir a sua sobrevivência. A pesquisa se inscreve no campo da investigação qualitativa. Analisamos, neste artigo, o caso de um jovem portador de tetraplegia adquirida. Os dados foram obtidos com base em narrativa biográfica e entrevistas guiadas por roteiros semiestruturados. A análise das mudanças e permanências das redes sociais de apoio mostrou ser um instrumento capaz de permitir uma melhor compreensão das dinâmicas de cuidado adotadas em situação de alta dependência. Evidenciou-se que a presença de uma rede social, mesmo que esvaziada e fragilizada, é determinante na adoção de estratégias positivas de enfrentamento da tetraplegia. Observou-se a importância de uma maior presença do Estado no suporte às famílias e também a sensibilização da sociedade a fim de acolher e não repudiar a diversidade resultante da deficiência.