A braça de trança, o litro de óleo certin e o prato bem medido: mulheres do campo e as práticas de medir

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Tipo
Dossiê
Classficação
Nível teórico
Data
2023
Título do Períodico
Revemat: Revista Eletrônica de Educação Matemática
ISSN
1981-1332
Página(s)/e-location
1–21
Idioma(s)
pt, en
Fonte
Fonte
Florianópolis
18
1
Resumo
Este artigo discuteos modos como mulheres do campo se relacionam com práticas que envolvem medição, registro, operação ou comunicação de medidasetensionam os valores que a matemática hegemônica associa aos procedimentos de medir e às expressões de medida. Para subsidiar essa discussão recorremos à empiria de três estudos desenvolvidos por estudantes da Licenciatura em Educação do Campo e que focalizaram camponesas de diferentes comunidades do interior do estado de Minas Gerais: quatro trançadeiras de palha de coqueiro Indaiá em Morro do Pilar; duas produtoras de óleo de Pequi em Rio Pardo de Minas; e uma comerciante da Feira Livre de Itaobim. Na descrição das atividades dessas mulheresé possível identificar a mobilização de referências a sistemas e expressões de medidas, marcadas pelo contexto cultural camponêse pelas demandasdas comunidades. Por isso, essa mobilização confronta valores associados aos sistemas de medida escolares: a padronizaçãodas unidadese a precisãoda expressão da medida. Nossa análise é apoiada nos estudos sobre apropriação de práticas de numeramento, que destacam a natureza discursiva das práticas matemáticas. Os resultadosapontamcomo o atendimento a necessidades pragmáticas e a valores culturais interpelam a ilusão da universalidade e da neutralidade das práticas matemáticas. Além disso,reiterama necessidade deconsiderarna abordagem escolar a dimensão pragmática dessas práticas e o caráter cultural dos valores que a elas se associam

This article discusses howrural women relate to practices that involve measuring, recording, operating or communicating measuresandchallenge the values that hegemonic mathematics associates with measuring procedures andexpressions. To support this discussion, we resorted to theempirical data of three studies developed byundergraduatesin the Rural Education Teaching Degree, which focused on women from different communities in the countrysideof the state of Minas Gerais, Brazil: four Indaiá coconut straw braiders fromMorro doPilar; two Pequi oil producers in Rio Pardo de Minas; and a vendor at the Itaobim StreetFair.In the description of these women's activities, we can identifythe mobilization of references to measurement systems and expressions, marked by boththe ruralcultural context and the demands of the communities.Therefore, this mobilizationconfrontsvalues associated with school measurement systems: the standardization of units and the precision of measurement expressions. Our analysis is supported by studies on numeracy practices appropriation, which highlight the discursive nature of mathematical practices.The results pointout how meeting pragmatic needs and cultural values challenge the illusion of universality and neutrality of mathematical practices. Furthermore, they reiterate the need toconsider in the school approach the pragmatic dimension of these practices and thecultural characterof values associated with them
Descrição
Palavras-chave
Mulheres camponesas, Práticas de numeramento, Padronização e precisão das medidas, Rural women, Numeracy practices, Measurement standardizationand precision
Citação
GROSSI, Flávia Cristina Duarte Pôssas; COUTINHO, Eliziara Pereira; OLIVEIRA, Angélica de; PAIXÃO, Lucina Soares da; FONSECA, Maria da Conceição Ferreira Reis. A braça de trança, o litro de óleo certin e o prato bem medido: mulheres do campo e as práticas de medir. Revemat: Revista Eletrônica de Educação Matemática, Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 1–21. 2023. https://doi.org/10.5007/1981-1322.2023.e90947. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/revemat/article/view/90947/52693. Acesso em: 2023-09-18