Cultura hip-hop na Educação Física: um projeto de educação antirracista com estudantes que não se autodeclaravam negros/as

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Tipo
Relato
Classficação
Nível metodológico
Data
2024
Título do Períodico
Retratos da Escola
ISSN
2238-4391
Página(s)/e-location
261-279
Idioma(s)
pt
Fonte
Brasília, DF
18
40
jan./abr.
Fonte
Resumo
Este relato de experiência é resultado de um projeto de educação interdisciplinar antirracista desenvolvido em uma escola de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, região de predomínio da cultura teuto-brasileira. Centrado nos princípios da Cultura Hip-Hop, o projeto foi desenvolvido por um professor de Educação Física negro, entre 2020 e 2021. Participaram 104 estudantes do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental, que não se autodeclaravam negros/as. De modo descontraído e engajado, mesmo diante de todas as dificuldades impostas pelas restrições sanitárias decorrentes da pandemia, boa parte dos/as estudantes passou a refletir sobre as dissimetrias nas relações étnico-raciais enraizadas em nosso país, especialmente os privilégios da branquitude na produção das mazelas do povo negro. Destacam-se pontos positivos como o surgimento de grupos de pesquisa com a temática do racismo e da Cultura Hip-Hop na escola, a conscientização e reflexão sobre essa temática dentro da comunidade escolar (professores/as, famílias, estudantes) e a integração bem-sucedida das lições aprendidas com o projeto no cotidiano dos alunos fora da escola. No entanto, nota-se a necessidade de mais iniciativas desse porte para a efetiva desconstrução do racismo estrutural e, por consequência, para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Este relato de experiencia es el resultado de un proyecto de educación interdisciplinaria antirracista desarrollado en una escuela de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, región con predominio de la cultura germano-brasileña. Centrado en los principios de la Cultura Hip-Hop, el proyecto fue desarrollado por un profesor de Educación Física negro, entre 2020 y 2021. Participaron 104 estudiantes autode-clarados no negras/os, de 6° ao 9° año de primaria. De manera relajada y comprometida, incluso frente a todas las dificultades impuestas por las restricciones sanitarias derivadas de la pandemia, la mayoría de los estudiantes comenzaron a reflexionar sobre las asimetrías en las relaciones étnico-raciales arraigadas en nuestro país, especialmente los privilegios de la blanquitud en la producción de los males de las/os negras/os. Se destacan puntos positivos, como el surgimiento de grupos de investigación sobre el tema del racismo y la cultura Hip-Hop en la escuela, la sensibilización y reflexión sobre este tema dentro de la comunidad escolar (profesores, familias, estudiantes) y el éxito de la integración de las lecciones aprendidas con el proyecto en la vida diaria de las/os estudiantes fuera de la escuela. Sin embargo, se nece-sitan más iniciativas de esta magnitud para deconstruir eficazmente el racismo estructural y, en consecuencia, construir una sociedad más justa e igualitaria

This experience report results from an interdisciplinary anti-racist education project developed in a school in Novo Hamburgo, in the state of Rio Grande do Sul, where German-Brazilian culture is predominant. Based on the principles of Hip-Hop Culture, the project was developed by a physical education teacher who is black between 2020 and 2021. The participants’ project were 104 students from the 6th to 9th grade of the elementary school who did not declare themselves as black. Nicely and engagingly, despite all the difficulties imposed by the health restrictions resulting from the pandemic, most students began to reflect on the asymmetries in ethnic-racial relations rooted in our country, especially the privileges of whiteness in the production of the suffering of black people. There are some positive outcomes from the project, such as the creation of research groups on the topic of racism and Hip-Hop Culture at school, the increased awareness and reflection on this topic among the school community (including teachers, families, and students) and the successful integration of the lessons learned from the project into the students’ daily lives outside school. However, more initiatives like this are needed to effectively deconstruct structural racism, which is essential to build a more just and egalitarian society.
Descrição
Palavras-chave
Racismo sistêmico, Hip -Hop, Educação básica, Educação física, Racismo sistémico, Hip-Hop, Educación básica, Educación física, Systemic racism, Hip-Hop, Basic education, Physical education
Citação
SOARES, Josias Góis; DAHLKE, Ana Paula; FRAGA, Alex Branco. Cultura hip-hop na Educação Física: um projeto de educação antirracista com estudantes que não se autodeclaravam negros/as. Retratos da Escola, p. 261-279. 2024. https://doi.org/10.22420/rde.v18i40.1746. Disponível em: https://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/1746. Acesso em: 2025-02-07