Porque nenhum deus têm certo: manifestações religiosas ameríndias e memória coletiva na américa portuguesa (século XVI)

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Tipo
Artigo
Classficação
Nível epistemológico
Data
2022
Título do Períodico
Revista HISTEDBR On-line
ISSN
1676-2625
Página(s)/e-location
e022042
Idioma(s)
pt
Fonte
Fonte
Campinas, SP
22
Resumo
A fim de melhor estabelecer uma relação entre a memória coletiva e as manifestações religiosas dos povos indígenas da América Portuguesa no século XVI, esta pesquisa teve como objetivo analisar, a partir dos relatos das cartas jesuíticas, as concepções de religião entendidas pelos missionários europeus e as manifestações religiosas dos grupos indígenas, em especial, dos povos Tupinambá, fortemente subsidiadas pela memória coletiva grupal. Por tratar-se de uma pesquisa histórico-documental, foram analisados alguns dos documentos coloniais do mencionado período, a exemplo das cartas jesuíticas da Monumenta Brasiliae (1538-1563), organizadas por Serafim Leite, e da coleção das cartas jesuíticas organizadas pela editora da Universidade de São Paulo (1988), além de escritos coloniais dos cronistas contemporâneos: Jean de Léry (2007), Hans Staden (2008), Fernão Cardim (1980), dentre outros. No que concerne aos estudos sobre memória, usou-se os conceitos de memória coletiva apresentados por Jacques Le Goff (2012) e Leroi-Gourhan (2002). Como método de abordagem, foram utilizadas as categorias dialéticas, uma vez que, ao analisar o contexto colonial da América Portuguesa no período em questão, é imprescindível considerar as relações das partes com a totalidade. Os estudos apontaram que, embora tentassem negar a presença de uma religião entre os indígenas, a organização social do grupo mantinha uma forte relação com elementos místicos, e a memória coletiva era o fio condutor que mantinha viva a busca pelo “bom lugar”.

In order to better establish a relationship between the collective memory and the religious manifestations of the indigenous peoples of Portuguese America in the sixteenth century, this research aimed to analyze, based on the reports of Jesuit letters, the conceptions of religion understood by European missionaries and the religious manifestations of indigenous groups, especially the Tupinambá peoples, strongly subsidized by the collective group memory. Since this is a historical-documentary research, some of the colonial documents of the mentioned period were analyzed, such as the Jesuit letters from the Monumenta Brasiliae (1538-1563), organized by Serafim Leite, and the collection of Jesuit letters organized by the publisher of the University of São Paulo (1988), besides colonial writings of contemporary chroniclers: Jean de Léry (2007), Hans Staden (2008), Fernão Cardim (1980), among others. Regarding studies in memory, the concepts of collective memory presented by Jacques Le Goff (2012) and Leroi-Gourhan (2002) were used. As a method of approach, the dialectical categories were used, since, when analyzing the colonial context of Portuguese America in the period in question, it is essential to consider the relationships of the parts with the totality. The studies pointed out that, although they tried to deny the presence of a religion among the indigenous people, the social organization of the group maintained a strong relationship with mystical elements and the collective memory was the thread that kept the search for the "good place" alive.

Para establecer una mejor relación entre la memoria colectiva y las manifestaciones religiosas de los pueblos indígenas de América portuguesa en el siglo XVI, esta investigación tuvo como objetivo analizar, a partir de los informes de las cartas jesuitas, las concepciones de la religión entendidas por los misioneros europeos y las manifestaciones religiosas de los grupos indígenas, en particular, de los pueblos tupinambá, fuertemente subsidiados por la memoria colectiva. Como se trata de una investigación histórico-documental, se analizaron algunos de los documentos coloniales del período mencionado, como las cartas jesuitas de Monumenta Brasiliae (1538-1563), organizadas por Serafim Leite, y la colección de cartas jesuitas organizada por la editorial casa de la Universidade de São Paulo (1988), así como escritos coloniales de cronistas contemporáneos: Jean de Léry (2007), Hans Staden (2008), Fernão Cardim (1980), entre otros. En cuanto a los estudios de memoria, se utilizaron los conceptos de memoria colectiva presentados por Jacques Le Goff (2012) y Leroi-Gourhan (2002). Como método de enfoque, utilizamos las categorías dialécticas, ya que, al analizar el contexto colonial de América portuguesa en el período en cuestión, es esencial considerar las relaciones de las partes con la totalidad. Los estudios señalaron que, aunque intentaron negar la presencia de una religión entre los pueblos indígenas, la organización social del grupo mantuvo una fuerte relación con los elementos místicos y la memoria colectiva fue el hilo conductor que mantuvo viva la búsqueda del "buen lugar".
Descrição
Palavras-chave
Indígenas, Memória coletiva, Companhia de Jesus, Brasil colônia, Indigenous, Collective memory, Companhia de Jesus, Colonial Brazil, Indígena, Memoria colectiva, Compañía de Jesús, Brasil colônia
Citação
SILVEIRA, Camila Nunes Duarte ; ALMEIDA, Maria Cleidiana Oliveira de ; CASIMIRO, Ana Palmira Bittencourt Santos. Porque nenhum deus têm certo: manifestações religiosas ameríndias e memória coletiva na américa portuguesa (século XVI). Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 22, p. e022042. 2022. https://doi.org/10.20396/rho.v22i00.8660438. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8660438. Acesso em: 2023-05-05