A psicopatologização da vida contemporânea: quem faz os diagnósticos?

Carregando...
Imagem de Miniatura
Tipo
Artigos
Classficação
Nível técnico
Data
2018
Título do Períodico
DOXA: Revista Brasileira de Psicologia e Educação
ISSN
2594-8385
Página(s)/e-location
97-109
Idioma(s)
pt
Fonte
Fonte
Araraquara
20
1
jan./jun.
Resumo
Este trabalho discute alguns aspectos do uso das classificações diagnósticas em saúde mental, como o modelo nosográfico vigente no CID-10 e DSM-5. Ele destaca a prática clínica, em que a padronização e a normatização do sofrimento psíquico se sobrepõem ao estudo do caso clínico. As classificações diagnósticas partem do princípio de que todos os tipos de mal-estar podem ser codificados e diagnosticados, induzindo a uma operacionalização normativa do sofrimento humano. Assim, transforma-se comportamentos e problemas inerentes à existência comum em patologias médicas e restringe-se possibilidades de produzir sentidos para certos modos de sofrimento. Conclui-se indicando a necessidade desse modelo diagnóstico reintegrar alguns elementos vivenciais à prática clínica em saúde mental, tendo em vista os riscos da crescente redução dos processos de adoecimento aos seus sintomas.

This paper discusses some aspects concerning to useof diagnostical classifications in mental health, such as the nosographic model present at CID-10 and DSM-5. It highlights the clinical practice, wherein the standardization and normatizing of psychic suffering overlap the study of the clinical case. The diagnostical classifications assume that all kind of malaise can be codified and diagnosed and induce a normative operationalization of human suffering. Thus, behaviours and problems inherent to common existence on pathologies are transformed, and possibilities of producing meanings for certain modes of suffering are restricted. This paper concludes on the need for the current diagnostic model to reintegrate some experiential elements to diagnostic clinical practice in mental health to avoid the risks of the increasing reduction of the processes of illness to its symptoms.

Este trabajo discute algunos aspectos del uso de las clasificaciones diagnósticas en salud mental, como el modelo nosográfico vigente en el CID-10 y DSM-5.Se destaca la práctica clínica, en la que la estandarización y la normatización del sufrimiento psíquico reemplazan al estudio del caso clínico.Las clasificaciones diagnósticas parten del principio de que todos los tipos de malestar pueden ser codificados y diagnosticados, induciendo a una funcionalización normativa del sufrimiento humano. Así, se transforman comportamientos y problemas inherentesa la existencia común en patologías médicas y se restringe posibilidades de producir sentidos para ciertos modos de sufrimiento.Se concluye indicando la necesidad de que ese modelo diagnóstico reintegre algunos elementos vivenciales a la práctica clínicaen salud mental, teniendo en cuenta los riesgos de la creciente reducción de los procesos de enfermedad a sus síntomas.
Descrição
Palavras-chave
Psicopatologia, Sofrimento psíquico, Saúde mental, Diagnóstico, Psychopathology, Psychic suffering, Mental health, Diagnosis, Psicopatología, Sufrimiento psíquico, Salud mental, Diagnóstico
Citação
BOCCHI, Josiane Cristina. A psicopatologização da vida contemporânea: quem faz os diagnósticos?. DOXA: Revista Brasileira de Psicologia e Educação, Araraquara, v. 20, n. 1, p. 97-109, jan/jun. 2018. https://doi.org/10.30715/rbpe.v20.n1.2018.11309. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/doxa/article/view/11309. Acesso em: 2021-09-08