Literatura, insularidades e sexílio no Caribe

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Tipo
Literária
Classficação
Nível metodológico
Data
2019
Título do Períodico
Travessias
ISSN
1982-5935
Página(s)/e-location
129-141
Idioma(s)
pt
Fonte
Fonte
Cascavel, PR
13
2
maio/ago.
Coleções
Resumo
Este artigo apresentará uma relação entre a noção de sexílio (Manolo Guzmán) e os conceitos de arquipélago e rizoma (Glissant) e de literaturas menores (Deleuze e Guattari), tendo como enfoque o caso de Porto Rico. Serão abordados os sistemas linguísticos e literários em que se inserem (ou não) dois poemas do livro Invitación al Polvo (1991), obra póstuma do porto-riquenho Manuel Ramos Otero (1946-1990). O objetivo do artigo é perceber qual o papel da geografia insular caribenha e de sua história marcada pela colonização, pela crioulização e pela diáspora queer, na literatura de Ramos Otero, que enfoca questões de gênero e sexualidade. O autor precisou se exilar nos Estados Unidos, em 1968, em função de sua orientação sexual, o que caracteriza o conceito de sexílio. Tendo como metodologia a análise dos dois poemas, percebe-se que esse deslocamento entre culturas e identidades não se dá de maneira neutra: Ramos Otero, assim como tantos imigrantes, além dos sentimentos próprios da diáspora (nostalgia, perda, rompimento, desterritorialização, falta de pertencimento), sofre com a opressão, a segregação étnico-racial e o preconceito. Conclui-se que, associado ao preconceito de raça, etnia e língua, os exilados por motivos de identidade de gênero ou orientação sexual sofrem ainda preconceito de gênero e sexualidade. Além disso, a conclusão deste artigo é também uma proposta de que o duplo deslocamento (geográfico e queer) seja ressignificado através do conceito de pensamento de arquipélago, trabalhado por Glissant (2005), em oposição à universalidade do sujeito único (ilha).

Este artigo apresentará uma relação entre a noção de sexílio (Manolo Guzmán) e os conceitos de arquipélago e rizoma (Glissant) e de literaturas menores (Deleuze e Guattari), tendo como enfoque o caso de Porto Rico. Serão abordados os sistemas linguísticos e literários em que se inserem (ou não) dois poemas do livro Invitación al Polvo (1991), obra póstuma do porto-riquenho Manuel Ramos Otero (1946-1990). O objetivo do artigo é perceber qual o papel da geografia insular caribenha e de sua história marcada pela colonização, pela crioulização e pela diáspora queer, na literatura de Ramos Otero, que enfoca questões de gênero e sexualidade. O autor precisou se exilar nos Estados Unidos, em 1968, em função de sua orientação sexual, o que caracteriza o conceito de sexílio. Tendo como metodologia a análise dos dois poemas, percebe-se que esse deslocamento entre culturas e identidades não se dá de maneira neutra: Ramos Otero, assim como tantos imigrantes, além dos sentimentos próprios da diáspora (nostalgia, perda, rompimento, desterritorialização, falta de pertencimento), sofre com a opressão, a segregação étnico-racial e o preconceito. Conclui-se que, associado ao preconceito de raça, etnia e língua, os exilados por motivos de identidade de gênero ou orientação sexual sofrem ainda preconceito de gênero e sexualidade. Além disso, a conclusão deste artigo é também uma proposta de que o duplo deslocamento (geográfico e queer) seja ressignificado através do conceito de pensamento de arquipélago, trabalhado por Glissant (2005), em oposição à universalidade do sujeito único (ilha).

Este artículo presentará una relación entre la noción de sexil (Manolo Guzmán) y los conceptos de archipiélago y rizoma (Glissant) y literaturas menores (Deleuze y Guattari), centrándose en el caso de Puerto Rico. Los sistemas lingüísticos y literarios en los que se discutirán dos poemas del libro Invitación al Polvo (1991), obra póstuma del puertorriqueño Manuel Ramos Otero (1946-1990). El objetivo del artículo es comprender el papel de la geografía insular caribeña y su historia marcada por la colonización, criollización y diáspora queer, en la literatura de Ramos Otero, que se centra en temas de género y sexualidad. El autor tuvo que exiliarse en Estados Unidos, en 1968, debido a su orientación sexual, que caracteriza el concepto de sexil. Utilizando el análisis de los dos poemas como metodología, queda claro que este cambio entre culturas e identidades no se da de forma neutral: Ramos Otero, como tantos inmigrantes, además de los sentimientos de la diáspora (nostalgia, pérdida , ruptura, desterritorialización, falta de pertenencia), sufre opresión, segregación étnico-racial y prejuicios. Se concluye que, asociado a prejuicios raciales, étnicos y lingüísticos, los exiliados por motivos de identidad de género u orientación sexual también sufren prejuicios de género y sexualidad. Además, la conclusión de este artículo es también una propuesta para que el doble desplazamiento (geográfico y queer) sea resignificado a través del concepto de pensamiento archipiélago, trabajado por Glissant (2005), en oposición a la universalidad del sujeto único (isla ).
Descrição
Palavras-chave
Sexílio, Literatura porto-riquenha, Manuel Ramos Otero, Pensamento de arquipélago, Sexile, Puerto Rican Literature, Manuel Ramos Otero, Archipelago thinking, Sexil, Literatura puertorriqueña, Manuel Ramos Otero, Archipiélago pensando
Citação
STOLL, Daniela Schrickte. Literatura, insularidades e sexílio no Caribe. Travessias, Cascavel, PR, v. 13, n. 2, p. 129-141, maio/ago. 2019. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/22000. Acesso em: 2021-08-20
DOI