Subjectividade e bem-estar das crianças: (in)visibilidade e voz

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Tipo
Artigo
Classficação
Nível metodológico
Data
2008
Título do Períodico
Revista Eletrônica de Educação
ISSN
1982-7199
Página(s)/e-location
60-91
Idioma(s)
pt
Fonte
Fonte
São Carlos
2
2
nov.
Resumo
The political and normative production about children social welfare, especially the one produced in the European Union, is usually based on methodological references that use values and ideas unproblematically taken. These references are related to the scientific research that supports public policies, reproducing conceptions that are not problematized about the referential terms used, having consequences on the mobilized methodological apparatus. These studies are generally supported by statistics that adds to its extensive nature a very short capacity of dealing with differences and dissimilarities between children. Moreover, these methodologies are usually based on epistemological proceedings that analyses the children from points of view focused on adults or ethnicity. The questions about children alterity, cultural diversity and even social dissimilarity find weak expression on the investigative production in several reports, especially the ones produced in important international and European organizations. At the same time, subjects like action and childhood cultures are hardly seen in studies about welfare. From an alternative perspective, we tried to set in this article the theoric, epistemological and methodological basis that allow, at the children welfare analyses, the crossing of structural indicators and subjectivity dimensions and also the crossing of social factors and comprehension and action of children as concrete social actors.

La producción política y normativa sobre el bienestar social de los niños, es decir, la que emana de la Unión Europea, suele basarse en referencias metodológicas que utilizan valores e ideas tomadas de forma problemática. Estas referencias revierten a la investigación científica en apoyo de las políticas públicas, que reproducen así concepciones no problemáticas sobre los términos de referencia utilizados y tienen consecuencias sobre el aparato metodológico movilizado. En términos generales, estas encuestas se basan en estadísticas, que combinan su carácter extenso con una capacidad muy limitada para dar cuenta de las diferencias y desigualdades entre los niños. Además, estas metodologías suelen estar respaldadas por procedimientos epistemológicos que ven a los niños desde puntos de vista centrados en el adulto y etnocéntricos. Las cuestiones de la otredad de los niños, la diferencia cultural e incluso, a menudo, la desigualdad social, encuentran poca expresión en la producción investigativa evidente en múltiples informes, es decir, en los que proceden de grandes organizaciones europeas e internacionales. Al mismo tiempo, dimensiones como la acción y la cultura infantil son difíciles de captar en estas investigaciones sobre el bienestar. Desde una perspectiva alternativa, este artículo busca establecer las bases teóricas, epistemológicas y metodológicas que permitan, en el análisis del bienestar infantil, cruzar indicadores estructurales con las dimensiones de subjetividad, y factores sociales con la interpretación y acción de la niñez, como actores sociales concretos.

La production politique et normative sur le bien-être social des enfants, à savoir celle qui émane de l'Union européenne, s'appuie généralement sur des références méthodologiques qui utilisent des valeurs et des idées prises de manière problématique. Ces références renvoient à des recherches scientifiques à l'appui des politiques publiques, qui reproduisent ainsi des conceptions non problématiques sur les termes de référence utilisés et ont des conséquences sur le dispositif méthodologique mobilisé. De manière générale, ces enquêtes reposent sur des statistiques, qui combinent leur caractère extensif avec une capacité très limitée à rendre compte des différences et des inégalités entre les enfants. De plus, ces méthodologies sont généralement soutenues par des procédures épistémologiques qui considèrent les enfants d'un point de vue centré sur l'adulte et ethnocentrique. Les enjeux de l'altérité de l'enfant, de la différence culturelle et même, souvent, de l'inégalité sociale, trouvent peu d'expression dans la production d'enquête que l'on retrouve dans de multiples reportages, notamment ceux émanant de grandes organisations européennes et internationales. En même temps, des dimensions telles que l'action et les cultures des enfants sont difficiles à appréhender dans ces investigations sur le bien-être. Dans une perspective alternative, cet article cherche à établir les bases théoriques, épistémologiques et méthodologiques qui permettent, dans l'analyse du bien-être des enfants, de croiser les indicateurs structurels avec les dimensions de la subjectivité, et les facteurs sociaux avec l'interprétation et l'action des enfants, en tant qu'acteurs sociaux concrets.

A produção política e normativa sobre bem-estar social das crianças, nomeadamente a que emana da União Europeia, apoia-se, usualmente, em referenciais metodológicos que usam valores e ideias tomados a problematicamente. Esses referenciais revertem para a pesquisa científica de suporte às políticas públicas, que assim reproduzem concepções não problematizadas sobre os termos de referência utilizados e têm consequência no aparato metodológico mobilizado. Genericamente, essas pesquisas sustentam-se em estatísticas, que aliam à sua natureza extensiva, uma muito reduzida capacidade de dar conta das diferenças e desigualdades entre crianças. Mais ainda, essas metodologias usualmente sustentam-se em procedimentos epistemológicos que perspectivam as crianças a partir de pontos de vista adultocêntricos e etnocêntricos. As questões da alteridade infantil, da diferença cultural e até, frequentemente, da desigualdade social, encontram pouca expressão na produção investigativa patente em múltiplos relatórios, nomeadamente nos originários das grandes organizações europeias e internacionais. Em simultâneo, dimensões como a acção e as culturas infantis são dificilmente apreendidas nessas investigações sobre bem-estar. A partir de uma perspectiva alternativa, procuramos neste artigo estabelecer as bases teóricas, epistemológicas e metodológicas que permitam, na análise do bem-estar infantil, cruzar os indicadores estruturais com as dimensões da subjectividade, e os factores sociais com a interpretação e acção das crianças, enquanto actores sociais concretos.
Descrição
Palavras-chave
Childhood, social welfare, Public policies, Social investigation, Infancia, Bienestar social, Políticas públicas, Investigación social, Enfance, Bien-être social, Politique publique, Recherche sociale, Infância, Bem-estar social, Políticas públicas, Investigação social
Citação
FERREIRA, Manuela; SARMENTO, Manuel Jacinto. Subjectividade e bem-estar das crianças: (in)visibilidade e voz. Revista Eletrônica de Educação , São Carlos, v.2, n. 2, p. 60-91, nov. 2008. https://doi.org/10.14244/1982719919. Disponível em: http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/19. Acesso: 2021-07-07